Numa altura em que "Superman" ainda pode ser visto nas salas de cinema, há uma mais uma saga da DC criada e escrita por James Gunn entre as novidades deste verão. No caso, no pequeno ecrã: a segunda temporada de "Peacemaker" vê finalmente a luz do dia, três anos depois da primeira, e retoma as aventuras (ou desventuras, melhor dizendo) do vigilante extremista e controverso encarnado por John Cena e apresentado no filme "O Esquadrão Suicida" (de 2021, também dirigido pelo mais recente manda-chuva da DC Studios).

Composta por oito episódios, chega esta sexta-feira, 22 de agosto, à HBO Max, plataforma que estreará um capítulo por semana (James Gunn é o realizador dos três primeiros). "Esta expande a história da primeira", adianta Frank Grillo ao SAPO Mag, numa mesa-redonda por videoconferência. "É muito divertida, é grande entretenimento", acrescenta o ator que encarna Rick Flag Sr., personagem que já passou pela série de animação para adultos "Creature Commandos" (sim, também criada por Gunn) e por "Superman".

Frank Grillo como Rick Flag Sr.
Frank Grillo como Rick Flag Sr. Frank Grillo como Rick Flag Sr.

O general e líder da Task Force M está na origem de um dos arcos narrativos da temporada, que não será inesperado para os espectadores atentos às produções mais recentes do Universo Cinematográfico da DC. "Não sou um vilão, mas tenho um objetivo: vingar a morte do meu filho. Essa é a linha central da minha história aqui", avança Grillo, aludindo ao assassinato de Rick Flag Jr. em "O Esquadrão Suicida". O culpado? Peacemaker, vigilante que não olha a meios para atingir os fins (ou pelo menos era assim nessa fase). "Quero que ele pague pelo que fez", frisa o norte-americano.

Mas há mais mudanças nos próximos capítulos, conta Jennifer Holland ao SAPO Mag. "É a mesma série, mas está um pouco mais crescida. Tanto o Peacemaker como as outras personagens que transitaram para esta temporada estão um pouco diferentes", assinala a atriz que interpreta Emilia Harcourt, colega da força especial do protagonista. "A segunda época traz muitas caras que dão um tom diferente e também é um pouco mais emocional, diria", complementa a atriz norte-americana. Além de Frank Grillo, juntam-se à série Sol Rodríguez, David Denman, Tim Meadows ou Michael Rooker.

Peacemaker
Peacemaker Jennifer Holland como Emilia Harcourt, John Cena como Peacemaker

Danielle Brooks concorda. "Acho que as novas caras mudam completamente a dinâmica de todas as personagens", diz a atriz que dá corpo a Leota Adebayo, outra cúmplice de Peacemaker. "Esta temporada mantém o humor, sem dúvida, ainda que se desvie um pouco mais para uma vertente dramática. E a ação nunca deixa de estar presente, cada vez mais, para todas as personagens", complementa.

Perseguidos pelo passado (e presente)

Outra diferença já revelada face à primeira época é a apresentação de um universo alternativo e idealizado, que parece facilitar a vida ao protagonista. Mas os traumas do seu passado são outro elemento-chave da trama, assim como angústias do presente de outras personagens. É o caso de Harcourt: "Ela sente-se completamente perdida, vulnerável. Não tem trabalho, e o trabalho é tudo para ela. Até teve de vender a televisão", destaca Jennifer Holland. "Está a passar uma fase realmente má e não sabe como pode continuar assim. Sente que não tem um propósito na vida. Está com medo mas não quer mostrar que está assustada", nota a atriz.

Peacemaker
Peacemaker John Cena como Peacemaker, Danielle Brooks como Leota Adebayo

Adebayo também tem desafios pelo caminho, e alguns já vêm de trás. "Os nossos pais têm um grande impacto na nossa vida, quer queiramos ou não, e lidar com isso pode ser muito desafiante", aponta Danielle Brooks sobre a personagem que é filha da intimidante Amanda Waller (Viola Davis). "É fácil identificarmo-nos com esse aspeto da história dela na série. Como é que isso se processa? Por vezes, traz grandes consequências", antevê. "Acho que ela cresceu muito nesta temporada e se torna uma espécie de guia do grupo. Muitos colegas vão ter com ela para pedir conselhos e ela até dá boas respostas", comenta sem evitar o riso.

"Todas as personagens têm os seus pontos fortes. A Adebayo tornou-se, sem dúvida, a âncora emocional do grupo na segunda temporada. Ajuda toda a gente a pegar nos destroços e a recompor-se emocionalmente. Até porque se lhe pedirem para lutar, esse não vai ser o ponto forte dela", observa a atriz, mais uma vez em modo espirituoso.

Peacemaker
Peacemaker A equipa de Peacemaker

Para algo completamente diferente, esta temporada também promete ficar marcada por uma orgia na qual o protagonista participa, conforme sugere um trailer que já deixou alguns fãs em alvoroço nas plataformas virtuais (sobretudo devido às pistas sobre a bissexualidade do vigilante). Jennifer Holland é desafiada a comentar. "Bem, os EUA são um país muito diverso, com muitas opiniões diferentes. Algumas pessoas gostam de participar em orgias, e está tudo bem, aceitamos todas essas pessoas. Todos temos interesses e desejos diferentes", considera a atriz.

Embora invulgar em histórias de super-heróis no pequeno ou no grande ecrã, nas quais as cenas de sexo são raras, não chega a ser inédita, uma vez que "The Boys" (série da Amazon Prime Video) foi pioneira nesse departamento. "Mas a nossa orgia está ao nível das melhores já filmadas", garante Frank Grillo. "A orgia que o James criou é das melhores de sempre", insiste o ator. Palavra de honra, com a seriedade de Rick Flag Sr., ou publicidade enganosa? Seja como for, já não é preciso esperar muito para tirar as dúvidas...