Não é apenas o retrato de uma cidade, Nápoles, é também um olhar profundo sobre as pessoas e a sua cultura. A partir de entrevistas com um grupo de mulheres na prisão de Pozzuoli, e impressionado com a dureza dos seus depoimentos,
Abel Ferrara idealizou três episódios ficcionados, escritos por membros da associação juvenil anti-crime Figli del Bronx, jovens outrora ligados ao submundo do crime.
As histórias estão interligadas e relatam as condições na prisão, a realidade dos gangs, a vida das famílias e o papel das mulheres, vítimas do poder e da violência dos homens. Paralelamente, através de entrevistas a pessoas comuns e personalidades – intelectuais, juízes, artistas e políticos –, Ferrara capta as dificuldades e as expectativas da burguesia e do povo numa cidade conservadora e auto-destrutiva. O filme integra ainda jovens actores, que desempenham o seu próprio papel.
Segundo o realizador, «este filme conta a história de Nápoles, mas podia ser a de Nova Iorque ou Detroit, pelo paralelismo com o panorama aterrador das paisagens urbanas do século XXI».
«Napoli, Napoli, Napoli» é exibido hoje, 26 de Abril, às 21h45, no Cinema São Jorge.
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