Milhares de fãs presenciaram, na quarta-feira, o cortejo fúnebre de Ozzy Osbourne, lenda do heavy metal, na sua cidade natal de Birmingham, Inglaterra, antes de um enterro íntimo.

Na frente, um carro funerário preto transportava o caixão do líder do Black Sabbath, que morreu aos 76 anos, coberto por flores rosas que formavam o nome "Ozzy".

A procissão parou à frente da "Black Sabbath Bridge", onde a família do cantor, incluindo a sua esposa, Sharon, depositou flores.

Com lágrimas nos olhos e a cabeça baixa, Sharon seguia acompanhada pelos três filhos, Aimee, Jack e Kelly, e saudou a multidão que entoava o nome do cantor.

Sharon Osbourne entre as filhas Kelly e Aimee

A ponte "Black Sabbath Bridge", sobre a qual há um banco com os rostos dos quatro membros da banda, está coberta desde o anúncio do falecimento da estrela com uma montanha de ramos de flores, balões e mensagens deixadas por inúmeros admiradores.

A poucos passos do memorial improvisado, protegido por grades, Lana Vivienne, de 26 anos, estava na fila para deixar uma rosa e, assim, "prestar homenagem à lenda".

"Vim para despedir-me dele pela última vez", disse à agência France-Press a jovem, nascida na região. "Ozzy era um tipo da classe trabalhadora de Birmingham, era autêntico e nunca mudou, nem mesmo ao tornar-se famoso", comentou, destacando que o cantor "nunca perdeu o seu sotaque".

"Emocionante"

Nas imediações, nos pubs onde se reuniram os fãs do artista, ouvia-se a música dos Black Sabbath em pleno volume. Muitos vestiam preto e usavam camisas ou casacos com a imagem do "Príncipe das Trevas".

O cortejo percorreu a Broad Street, onde os passeios são decorados com estrelas que têm os nomes de figuras destacadas da cidade — entre elas Ozzy Osbourne—, ao estilo do Passeio da Fama de Hollywood.

"Era importante estar aqui porque ele fez muito pela cidade", afirmou Reece Sargeant, de 16 anos.

Mhairi Larner, de 31 anos, viajou da cidade de Nottingham. "É emocionante fazer parte da comunidade do metal, que é simplesmente fantástica", disse a auxiliar de saúde.

Para aqueles que não puderam comparecer, o evento foi transmitido ao vivo pela internet.

Ozzy Osbourne sofria de Parkinson desde 2009. Muito debilitado, fez o seu último espetáculo a 5 de julho em Birmingham, juntamente com os seus companheiros dos Black Sabbath, perante dezenas de milhares de fãs de todo o mundo.

"Ozzy foi mais do que uma lenda da música, foi um filho de Birmingham. Para a cidade, era importante prestar-lhe uma homenagem digna", declarou na terça-feira o presidente da câmara da cidade, Zafar Iqbal.

Após esta última homenagem, a estrela foi enterrada em privacidade, na presença de artistas como Elton John ou James Hetfield, do grupo Metallica, segundo o tabloide The Sun.

Os Black Sabbath, fundados em 1968, tiveram enorme sucesso comercial nas décadas de 1970 e 1980 e chegaram a vender mais de 75 milhões de álbuns em todo o mundo.

O grupo foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 2006 e Osbourne foi incluído pela segunda vez no ano passado como artista solo.

Osbourne foi reconhecido pelo seu talento musical, mas também construiu a sua fama com o seu comportamento extravagante, muitas vezes impulsionado pelo consumo excessivo de drogas e álcool.

Em 1989, foi preso por tentar estrangular a sua esposa, Sharon, enquanto estava completamente embriagado, um incidente que o músico relembrou numa entrevista em 2007.

Uma de suas cenas mais lembradas aconteceu em 1982, quando durante um espetáculo em Des Moines, nos EUA, arrancou a cabeça de um morcego com uma mordida no palco.

Osbourne relatou que pensou que um fã tinha atirado um morcego de plástico para o palco e não percebeu que era um animal a sério até mordê-lo.