O realizador e argumentista canadiano Paul Haggis foi libertado esta segunda-feira da prisão domiciliária no hotel em que se encontrava no sul de Itália desde 19 de junho, enquanto os procuradores italianos decidem se continuam a sua investigação das acusações de uma mulher sobre abuso sexual.
A decisão foi tomada pela juíza Vilma Gilli, a mesma que a 22 de junho assinara a decisão de prolongar a detenção.
Durante a audiência, o realizador de 69 anos, premiado com dois Óscares pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas pelo filme "Colisão", reiterara a sua total inocência após ser acusado por uma mulher britânica de a ter forçado a sexo durante dois dias, enquanto ele estava em Itália para participar no festival de artes na cidade de Ostuni.
O advogado Michele Laforgia disse à Associated Press que o seu cliente permanece em Itália e que a juíza determinou que não foram encontrados sinais de violência ou abuso na mulher.
De acordo com o diário Corriere della Sera, o despacho da juíza concluiu que havia uma “ausência de comportamento violento constritivo” por parte de Haggis e que a decisão da mulher de estar com o realizador nos seus aposentos foi “espontânea”.
Questionado se o caso poderia ter terminado, Laforgia respondeu "vamos ver o que o gabinete dos procuradores irá fazer neste momento".
O também argumentista de “Million Dollar Baby", outro vencedor dos Óscares, também tem problemas legais nos últimos anos relacionados com acusações de má conduta sexual nos EUA: foi acusado em janeiro de 2018 por quatro mulheres de episódios que vão de agressão sexual a assédio ou violação, na sequência de uma denúncia apresentada em Nova Iorque pela publicitária Haleigh Breest.
Haggis negou todas estas acusações e a sua ex-mulher apoiou-o publicamente. O julgamento ainda está pendente por causa de atrasos relacionados com a COVID-19.
Comentários