
Viena foi escolhida para ser a sede do Festival Eurovisão da Canção 2026, o maior evento musical da TV em direto do mundo, anunciou na quarta-feira o canal público da Áustria, com a final marcada para 16 de maio.
O austríaco Johannes Pietsch, conhecido como JJ, venceu a competição deste ano, realizada em Basileia, na Suíça, com o seu sucesso "Wasted Love", que mistura batidas techno com vocais operáticoss — tornando o seu país natal o anfitrião de 2026.
Viena, que já sediou o evento televisivo em 1967 e 2015, superou a sua concorrente Innsbruck, capital da província do Tirol Ocidental, para sediar a competição do ano que vem, anunciou o canal público ORF.
A final da 70.ª edição da Eurovisão decorrerá a 16 de maio de 2026 no Wiener Stadthalle, a maior arena coberta da Áustria, com as semifinais marcadas para 12 e 14 de maio, informou a Eurovisão.
Controvérsia sobre Israel

Desde o seu lançamento em 1955, o Festival Eurovisão da Canção tornou-se a plataforma pop definitiva, catapultando os ícones suecos dos ABBA para a fama mundial, além de impulsionar nomes como Celine Dion, Cliff Richard e Olivia Newton-John.
Cerca de 166 milhões de espectadores em 37 países assistiram à competição deste ano, com um recorde de 60% dos espectadores entre 15 e 24 anos. A competição teve ainda mais visualizações nas redes sociais Instagram e TikTok.
O evento gerou frequentemente polémica, com ativistas pró-palestinianos a organizar protestos durante o evento na Suíça em maio, depois de a Eurovisão permitir que Israel — que ficou em segundo lugar — participasse na competição, apesar da devastadora guerra em Gaza.
Numa entrevista logo após a sua vitória, JJ pediu a exclusão de Israel da competição do próximo ano, gerando uma onda de críticas na Áustria, uma fervorosa defensora de Israel.
Desde então, JJ, de 24 anos, tentou apaziguar a controvérsia, dizendo, através da sua editora Warner, que "lamentava se os seus comentários tivessem sido mal interpretados".
O Partido da Liberdade (FPOe), de extrema direita da Áustria, que liderou as eleições pela primeira vez no ano passado, mas não conseguiu formar governo, descreveu a Eurovissão como um "espetáculo queer, de esquerda e 'woke'" e criticou Viena por querer fazê-lo apesar dos custos elevados.
A Basileia investiu quase 35 milhões de euros para receber o festival.
"Europa, vamos dançar?"

Sob o lema "Europa, vamos dançar?", Viena — mais conhecida pela música clássica e pelo esplendor barroco da sua arquitetura — pressionou para receber o festival, citando a sua experiência com grandes eventos.
Também elogiou a sua "enorme" capacidade de acomodação, as suas "excelentes" ligações de transporte e o seu "cosmopolitismo", com dois milhões de pessoas a morar na capital austríaca.
O local escolhido, o Wiener Stadthalle, também sediou a Eurovisão em 2015, após a edição do ano anterior ter sido vencida pela 'drag queen' de barba Conchita Wurst.
Localizado no centro de Viena, foi inaugurado em 1958 e acomoda 16 mil pessoas na sua sala principal.
Da última vez que sediou a Eurovisão, Viena instalou semáforos a mostrar casais do mesmo sexo e heterossexuais em vez de uma única figura — o que se mostrou tão popular que as autoridades decidiram mantê-los para sempre.
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