Quentin Tarantino tem muitas opiniões sobre cinema e também tem os seus preferidos na própria carreira.

Sem mencionar "Cães Danados", que lançou a sua carreira em 1992, ou "Pulp Fiction", vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1994, o cineasta fez um balanço numa altura em que só lhe falta fazer um filme antes de abandonar o cinema, já que mantém a intenção de fazer dez ("Kill Bill – A Vingança", é considerado um filme dividido em dois volumes, lançados em 2004 e 2005).

E o vencedor de dois Óscares, não como realizador mas pelos argumentos de "Pulp Fiction" (1994) e "Django Libertado" (2012), fez várias distinções nas preferências.

“‘Era Uma Vez em... Hollywood’ [2019] é o meu favorito, ‘Sacanas Sem Lei’ [2009] é o meu melhor”, revelou numa entrevista ao podcast "The Church of Tarantino" [A Igreja de Tarantino"] (via Variety).

"Sacanas sem Lei"

Logo a seguir, acrescentou: “Mas acho que ‘Kill Bill’ [2004-2005] é o filme fundamental, como se ninguém mais o pudesse fazer. Cada aspeto dele é tão especialmente definido, como se fossem tentáculos ou tecido sanguíneo, da minha imaginação e da minha identidade, dos meus amores, da minha paixão e da minha obsessão".

E resumiu: "Portanto, acho que ‘Kill Bill’ é o filme que nasci para fazer, acho que ‘Sacanas Sem Lei’ é a minha obra-prima, mas ‘Era Uma Vez em... Hollywood’ é o meu favorito”.

A distinção entre "favorito" e "melhor" aplica-se ainda aos seus argumentos: Tarantino disse que achava que o melhor que escreveu foi o de "Sacanas Sem Lei", sobre um grupo de soldados numa missão para destruir os líderes do Terceiro Reich na Segunda Guerra Mundial, seguido logo a seguir por "Os Oito Odiados" (2015) e "Era Uma Vez em... Hollywood".

Ainda assim, destaca o western de 2015 como aquele em que, "provavelmente", fez um melhor trabalho como realizador a partir do que escreveu.

"Kill Bill - A Vingança"

Outro argumento da sua autoria é "The Adventures of Cliff Booth", a sequela de “Era Uma Vez em... Hollywood", centrada na personagem que deu a Brad Pitt o Óscar de Melhor Ator Secundário, que está atualmente a ser feita por David Fincher para a Netflix: Tarantino esclareceu que desistiu de dirigir o projeto porque avançava por um "caminho" que já percorrera e a ideia do seu último filme ser uma sequela o "desanimava".

Ser muito parecido com os seus trabalhos anteriores também foi a razão avançada no podcast para desistir no ano passado de fazer "The Movie Critic" ("O Crítico de Cinema", em tradução literal) a sua despedida do cinema, após trabalhar durante muito tempo no argumento.