
De acordo com informação disponível no ‘site’ oficial do projeto, promovido por uma marca de whisky irlandês, 12 artistas, “vindos de regiões distantes do globo”, irão estar na Irlanda este mês “para uma semana de composição, retrabalho e gravação, que atravessa categorias, costumes e continentes, para destilar e interpretar cinco faixas que misturam géneros para fãs de música em todo o mundo”.
A lista de 12 artistas inclui, além de EU.CLIDES, Loyiso, da África do Sul, Kethan e Xenia Manasseh, do Quénia, Mary Ann Alexander, da Índia, Monika Karina, da Indonésia, e Moldanazar, do Cazaquistão, entre outros.
A orientar o grupo estará Anderson.Paak, cantor e produtor norte-americano, que além da carreira a solo integra também dois projetos: NxWorries, com Knxwledge, e Silk Sonic, com Bruno Mars.
Anderson.Paak irá orientar os artistas selecionados “através do processo colaborativo de criação de música verdadeiramente única, que abre as suas mentes, mantém-se fiel às suas raízes e ‘deita a casa abaixo’”.
De acordo com a publicação norte-americana Rolling Stone, os resultados da segunda edição do projeto Distilled Sounds vão sendo divulgados ao longo do verão, no canal da marca Jameson na plataforma de divulgação de vídeos online Youtube, “incluindo apresentações digitais e ‘masterclasses’”.
A primeira edição do projeto, no ano passado, contou com o DJ e produtor português Branko entre os artistas selecionados.
EU.CLIDES nasceu em 1996 em Cabo Verde. Um ano depois, mudou-se para Portugal, onde aos 8 anos começou a estudar guitarra clássica no Conservatório de Aveiro. “Só parei os estudos de guitarra clássica com 19, 20 anos, já em Paris", para onde se mudou, recordou, em entrevista à Lusa, em março de 2023.
Antes de começar a carreira a solo, e já a viver na capital francesa, acompanhou o grupo senegalês Daara J Family em digressão, e mais tarde passou a fazer parte da equipa da cantora cabo-verdiana Mayra Andrade.
A solo, além de guitarrista, acabou por se tornar também cantor por sentir que “quando cantava acabava por conseguir transmitir mais coisas às pessoas”.
Em 2020, divulgou o primeiro tema, “Terra-Mãe”, uma homenagem à Liberdade e ao 25 de Abril de 1974.
Seguiram-se “Ir para quê?” e “Tempo Torto”, este último em colaboração com Branko, com quem voltaria a trabalhar nos temas do EP “Reservado”, editado em 2021, ano marcado também pela participação no Festival da Canção, como intérprete de um tema composto por Pedro da Linha, e pelos primeiros concertos a solo.
Em março de 2023 editou o álbum de estreia, “Declive”, que se posiciona “no centro” de todos os sítios por onde passou, da música clássica à eletrónica, passando pelo gospel e pelos sons de Cabo Verde.
Nesse ano recebeu o Prémio José Afonso 2022, com “Reservado”. Com este prémio, os jurados “quiseram celebrar a capacidade [de EU.CLIDES] de experimentar novas sonoridades, tendo como âncora a música de Cabo Verde, na linha do que José Afonso sempre concretizou: o cruzamento entre tradição e renovação”.
Este ano regressou ao Festival da Canção, mas desta vez como compositor convidado.
Em outubro, EU.CLIDES apresenta-se ao vivo em Lisboa, na no dia 3 na Casa Capitão, e no Porto, no dia 17 na Sala Mouco.
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