
"O lendário pianista, compositor, líder de banda, e uma das figuras mais influentes da história da música latina morreu na sua casa em Nova Jersey a 6 de agosto", pode ler-se no Instagram, ao lado de uma foto do artista.
Fania Records, a emblemática editora de salsa, lamentou a morte do pianista, a quem qualificou de "um dos mais inovadores artistas na história da música". "Sentiremos muito a sua falta", acrescentou.
Filho de porto-riquenhos, Palmieri nasceu em Nova Iorque, no bairro do Harlem. Irmão do pianista Charlie Palmieri, iniciou a carreira muito jovem.
O artista teve aulas de piano durante a adolescência no Carnegie Hall, que alternou com o aprendizado dos timbales.
De La Perfecta a uma longa carreira
Palmieri começou a tocar profissionalmente em bandas antes de completar a maioridade, aproveitando a cena musical de Nova Iorque, incluindo um período de dois anos ao lado do músico porto-riquenho Tito Rodríguez.
Em 1961, fundou a banda La Perfecta, que redefiniu a salsa com o uso de trombones em vez de trompetes. Quatro anos depois, "Azúcar Pa' Ti" tornar-se-ia um sucesso nas pistas de dança e décadas mais tarde também ganharia espaço na coleção da Biblioteca do Congresso americano.
Palmieri é reconhecido por ter revolucionado o som do jazz latino e da salsa, e pela sua longa carreira, que durou mais de sete décadas.
Em 1975, venceu o Grammy com o álbum "The Sun of Latin Music", que triunfou na então debutante categoria Melhor gravação latina.
No seu vasto percurso, o músico conquistou oito gramofones, o último deles por "Simpático", em 2006, no género de jazz latino, além de outros prémios.
Palmieri foi um dos primeiros salseiros a abraçar um tom político nas suas composições.
Em 1969, lançou o álbum "Justicia", cujas letras abordam a desigualdade, a justiça social e a discriminação, e contou com as vozes de Ismael Quintana e Justo Betancourt.
Pouco depois, em 1972, atuou em Sing Sing, uma prisão em Nova Iorque, para um público predominante de latinos e negros, de acordo com o jornal The Washington Post.

"Para toda a humanidade!", gritou Palmieri através de um megafone no pátio da prisão, segundo o jornal. Também disse que não deveria haver "muros", "medos", "apenas uma coisa na vida: liberdade nos anos seguintes".
"Foi mentor, professor e defensor incansável da música e a cultura latinas. Inspirou gerações de músicos e comoveu diversos ouvintes com a sua arte, a sua convicção e o seu som inconfundível", destacou a sua conta.
O artista deixa cinco filhos e quatro netos. A sua mulher, Iraida Palmieri, morreu em 2014.
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