O tema central deste ano, segundo a organização, que apresentou a programação em Lisboa, a 3 de julho, é a riqueza cultural do povo cigano.

Em comunicado enviado agora à agência Lusa, a organização realçou que, com a exibição de longas-metragens, documentários e concertos, pretende-se “aproximar a história e a cultura cigana, além de reconhecer as contribuições do povo cigano à sociedade, através das artes cénicas e audiovisuais”.

“Esta 13.ª edição de Periferias acolhe grandes títulos cinematográficos de géneros como a ficção, o documentário e a animação, provenientes de diferentes países, promovendo o diálogo e o fortalecimento dos laços entre povos vizinhos, assim como diversas ações dirigidas ao público infantil”, pode ler-se.

Tudo isso, acrescentou, “sob o signo da busca de novas oportunidades através do cinema para alcançar a justiça, a integridade e a ética social”.

O festival, dirigido por Paula Duque e com curadoria de Rui Pedro Tendinha, tem como programadores a Associação Cultural Periferias (Portugal) e a Gato Pardo (Espanha).

O certame, criado em 2013, visa descentralizar a oferta cultural, em particular em localidades onde não existem salas de cinema, e, apesar de só arrancar esta sexta-feira, às 21h00, no Castelo de Marvão, distrito de Portalegre, e encerrar, no dia 16, em Valencia de Alcántara, na Estremadura espanhola, já levou a sua programação cultural, nas últimas semanas, a diversas localidades próximas, dos dois lados da fronteira.

O ‘prato’ principal do evento é a exibição de “26 longas-metragens e documentários reconhecidos internacionalmente”, mas a programação inclui também concertos, passeios noturnos, visitas guiadas, encontros e diversas atividades educativas e de lazer, dirigidas a todos os públicos.

A diretora do Periferias destacou que o festival tem como objetivo “promover a cultura cinematográfica e impulsionar a indústria audiovisual”.

Ao mesmo tempo, o evento pretende dar “a conhecer o valioso património histórico-cultural das aldeias e locais mais emblemáticos da fronteira entre o Alentejo e a Extremadura, transformando-os em verdadeiras salas de cinema ao ar livre".

O certame, para Paula Duque, define-se, pois, “pelo seu compromisso com o território e por aproximar o cinema a zonas que tradicionalmente têm estado à margem dos grandes circuitos de exibição", concebendo a "arte cinematográfica" como instrumento que convida "à reflexão, ao pensamento e ao conhecimento".

Na programação a exibir é possível encontrar o documentário "Chaplin, espírito cigano" (2024), de Carmen Chaplin, sobre a herança cigana do ator britânico, o filme "A guitarra flamenca de Yerai Cortés", do madrileno Antón Álvarez (C. Tangana), e "Entrelaçadas pela interseccionalidade", do Coletivo Cala.

“A Vida Luminosa”, de João Rosas, “Coro: 60 anos do Coro Gulbenkian”, de Edgar Ferreira, “O Quarto ao Lado”, de Pedro Almodóvar, e “Selvagens”, de Claude Barras, são outras das propostas.

Toda a programação poderá ser consultada em https://festivaperiferias.com.

O evento é apoiado pela Junta de Extremadura e diputaciones de Badajoz e Cáceres, em Espanha, bem como pela Câmara de Marvão.