O julgamento civil do realizador franco-polaco por violação de uma menor em 1973 na Califórnia, previsto para agosto de 2025, foi cancelado na sequência de um acordo entre as partes.
Los Angeles, Estados Unidos, 23 out 2024 (Lusa) - O julgamento civil do realizador franco-polaco Roman Polanski por violação de uma menor em 1973 na Califórnia, previsto para agosto de 2025, foi cancelado na sequência de um acordo entre as partes, disse o advogado do cineasta.
A presença de Polanski, de 91 anos, em tribunal seria muito hipotética, uma vez que, em 1977, fugiu da justiça norte-americana, depois de ter sido condenado num outro processo em que era acusado de violação de uma menor.
O caso de 1973 foi “resolvido durante o verão” entre as partes e o julgamento foi “formalmente cancelado”, escreveu Alexander Rufus-Isaacs, na terça-feira, num e-mail.
De acordo com a queixa apresentada no ano passado, Roman Polanski levou esta adolescente - que não é identificada no documento - a um restaurante de Los Angeles em 1973. Alegadamente, obrigou-a a beber tequila e depois levou-a para casa antes de a agredir.
A mulher, cuja idade não é conhecida, tornou públicas estas acusações em 2017. Na altura, a defesa do realizador afirmou que o cliente “contestava firmemente qualquer acusação de violação”.
A queixosa pediu uma indemnização, mas sem um montante específico.
A queixa foi apresentada em junho de 2023, pouco antes do fim de um período de tempo durante o qual, ao abrigo da lei californiana, as pessoas podem apresentar uma queixa por violação ou agressão sexual com anos de antiguidade.
Roman Polanski, vencedor de três Óscares e uma Palma de Ouro, foi acusado de agressão sexual e violação por uma dezena de mulheres ao longo da carreira, denúncias que sempre negou e que não o impediram de trabalhar.
Há mais de 40 anos que é considerado um fugitivo da justiça nos Estados Unidos, na sequência de uma condenação por “relações sexuais ilegais” com uma rapariga de 13 anos.
Preso em 1977 sob a acusação de ter drogado e violado a adolescente, passou 42 dias na prisão antes de ser libertado e de fugir para Paris para enfrentar o risco de ser novamente preso.
As autoridades norte-americanas emitiram um mandado de captura internacional contra Polanski. Entretanto, a queixosa apresentou vários pedidos de anulação das acusações.
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