O ciclo Afro-Portugal 2024, coproduzido pela Escola da Noite - Teatro da Cerca de São Bernardo e pelo Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), terá lugar entre os dias 1 e 15 de novembro, em diferentes espaços de Coimbra.
Com artistas que atuam em áreas do teatro à música, passando pela literatura, cinema, performance, artes visuais, sonoras e digitais, esta iniciativa é “uma excelente oportunidade para que o público de Coimbra conheça melhor a produção artística das comunidades africana e afrodescendente em Portugal”, afirmou na sexta-feira o produtor da Escola da Noite, Pedro Rodrigues, ao longo da conferência de apresentação do evento.
“Mas também [será] um momento de reflexão sobre as condições que estas comunidades têm para desenvolver o seu trabalho" no país, vincou.
O programa envolve mais de três dezenas de artistas, mediadores e programadores culturais de diferentes gerações, num total de 20 iniciativas, entre as quais há ainda uma feira do livro, conversas e debates, sessões para a infância e formação para escolas, ensino superior e pós-graduado.
Após uma primeira edição, em 2022, “tão feliz e frequentada”, foi decidido dar continuidade ao ciclo, este ano sob o mote “Mundos em Movimento”, esclareceu uma das curadoras, Catarina Martins.
"O foco nesta programação, em relação ao ciclo anterior, é muito mais ter protagonistas quase exclusivamente negros e negras dentro do programa”, sublinhou.
A edição de 2024 do Afro-Portugal apostou em artistas jovens, para que possam criar e expor os seus trabalhos, combinando esta dimensão “com artistas que já estão fortemente consagrados no panorama das suas respetivas artes”, referiu Catarina Martins.
Já o diretor artístico do TAGV, Sílvio Santos, declarou haver “um interesse comum entre o TAGV, a Escola da Noite e os outros parceiros que estão neste projeto, para construir um espaço público e de cidadania que tenha mais qualidade, onde a representação de todos possa fazer parte do discurso, das práticas de cidadania e das práticas artísticas”.
O produtor da Escola da Noite afirmou ainda que, “com humildade e consciência das limitações, entendemos e valorizamos este ciclo, também como um pequeno contributo no combate à discriminação da população negra”.
A iniciativa é apoiada pela Cena Lusófona, Casa da Esquina, Casa da Cultura da Guiné-Bissau, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas (FLUC) e pelo Centro de Arqueologia e Artes (FLUC).
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