Há quem diga que a alteração de cinco para dez nomeados na categoria de Melhor Filme do ano operada na cerimónia de 2010, teve como motivação principal a de facilitar a entrada dos filmes de animação no grupo dos eleitos ao troféu principal. Embora a maioria dos votantes não pareça considerar o cinema animado no mesmo patamar que o de imagem real, tornava-se cada vez mais difícil de justificar que filmes que, anualmente, recolhiam o elogio unânime da crítica (os da Pixar, que consegue sempre promover as suas obras com «best reviewed movie of the year») ficassem fora da categoria de Melhor Filme.
A transição para 10 filmes permitiu efectivamente a entrada das películas da Pixar na categoria (
«Up - Altamente» foi nomeado a Melhor Filme o ano passado e
«Toy Story 3» está nomeado este ano), mas a nova barreira a ultrapassar é a de uma real possibilidade de vitória na mesma. Já se sabe que
«Toy Story 3» vencerá praticamente de certeza a categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação (não faria sentido perdê-la sendo o único dos concorrentes nomeados à categoria de Melhor Filme) mas fará sentido que o filme que conseguiu ser simultaneamente o mais consensual êxito de crítica do ano e o maior êxito de bilheteira de 2010 em todo o mundo não seja o favorito à vitória?
O facto da maioria dos votantes estar ligado ao cinema de imagem real não ajuda a que haja uma real possibilidade de triunfo na categoria de Melhor Filme, mas com todas as conquistas já obtidas nos últimos anos, a vitória em toda a linha na mais mítica cerimónia de prémios da história do cinema parece ser a última barreira a ultrapassar pelo cinema animado.
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