John Boyega teve uma "conversa honesta e transparente" sobre a representatividade em "Star Wars" com Kathleen Kennedy, Presidente da Lucasfilm.
O ator britânico de 28 anos foi o rebelde Finn, que ficou popularmente conhecido por "stormtrooper negro" ao aparecer nas primeiras imagens do trailer de "Star Wars: O Despertar da Força" em novembro de 2014.
Numa entrevista à GQ divulgada no início de setembro, Boyega disse que a sua experiência na mais recente trilogia de filmes não tinha sido boa porque a sua personagem e outras foram colocadas "à margem" e "todas as nuances" tinham sido dadas aos colegas brancos Daisy Ridley e Adam Driver.
"É tão difícil de manobrar. Você envolve-se em projetos e não vai necessariamente gostar de tudo. [Mas] o que diria à Disney é não dar destaque a personagens negros, promovê-los para serem muito mais importante na saga do que são e, de seguida, colocá-los à margem. Não é bom. Vou assumir isto às claras", explicou.
"Souberam o que fazer com todos, mas quando chegou à Kelly Marie Tran, quando chegou ao John Boyega, sabem que mais, que se lixe tudo", acrescentava.
As declarações tiveram muito impacto e ao mais alto nível.
"Recebi uma chamada da Kathleen Kennedy e ela simplesmente mostrou verbalmente o seu apoio e tivemos uma conversa realmente honesta e transparente que foi benéfica para ambos", contou John Boyega à BBC esta terça-feira (24).
"Acho que se pode entrar neste tipo de conversa e parecer como se estivesse apenas a tentar salvar a sua carreira, mas o que é ótimo agora é que é uma conversa a que qualquer pessoa tem acesso. Agora, as pessoas podem expressar-se sobre isso sabendo que qualquer personagem que gostamos, especialmente nestas sagas, como a Marvel ou 'Star Wars', gostamos por causa dos momentos que lhes são dados", acrescentou.
"Nós gostamos delas por causa destes momentos e são momentos heroicos que todos estes produtores decidem para estas personagens que precisamos ver nas nossas personagens que talvez sejam negras ou de outras culturas", concluiu.
Na entrevista à GQ, o ator assumiu o descontentamento não era apenas sobre si, mas o que aconteceu o mesmo a outros atores de cor, como Naomi Ackie, Kelly Marie Tran e até Oscar Isaac (“um irmão da Guatemala”).
"O que querem que vos diga? O que eles [os estúdios] querem que a gente diga é 'Gostei de fazer parte disto. Foi uma grande experiência...'. Não, não, não. Aceito esse acordo quando é uma grande experiência. Eles deram todas as nuances ao Adam Driver, à Daisy Ridley. Vamos ser honestos. A Daisy sabe isso. O Adam sabe isso. Toda a gente sabe. Não estou a expor nada", disse o ator ao tentar fazer o balanço da experiência na terceira trilogia.
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