Quando Hollywood se preparava para levar os livros "Harry Potter" ao cinema, Steven Spielberg foi naturalmente o primeiro a receber a proposta para ficar à frente do projeto.
Mas após fazer de seguida "O Mundo Perdido: Jurassic Park" (1997), "Amistad" (1997) e "O Resgate do Soldado Ryan" (1999), o realizador recusou "Harry Potter e a Pedro Filosofal" após as negociações iniciais por causa da família.
Quase 25 anos depois, não se arrepende da decisão que o desviou de todo o sucesso que se seguiu.
"Existiram vários filmes que escolhi não fazer. Escolhei rejeitar o primeiro 'Harry Potter essencialmente para passar o próximo ano e meio com a minha família, os meus jovens filhos a crescer", revelou o realizador de 76 anos durante uma conversa por Zoom com o SS Rajamouli, que dirigiu o fenómeno indiano “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução”.
"Portanto, sacrifiquei um grande franchise, o que hoje, olhando para trás, estou muito feliz por ter feito, para estar com a minha família", acrescentou.
A decisão acabou por ser fácil para o pai de sete filhos, incluindo cinco que naquela altura não tinham entrado na adolescência com a atual esposa Kate Capshaw (que conheceu na rodagem de "Indiana Jones e o Templo Perdido").
Coma produção em Inglaterra, o realizador recordou que aceitar o trabalho significava mudar-se "para outro país durante quatro ou cinco meses onde não iria ver a minha família todos os dias."
Após a pausa de ano e meio, Spielberg avançou com a rodagem de "A.I. Inteligência Artificial", recuperando um projeto desenvolvido durante décadas por Stanley Kubrick, quase todo filmado em Long Beach, na Califórnia, muito mais perto de casa.
"Harry Potter e a Pedro Filosofal", que chegou aos cinemas em 2001, acabaria por ser realizado por Chris Columbus, mas manteve-se uma ligação a Spielberg: a banda sonora foi confiada a John Williams, o compositor de quase todos os filmes da sua carreira.
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