Sienna Miller era uma grande fã tão grande dos filmes de Kevin Costner quando era criança que deu aos seus coelhos de estimação o nome dos animais de "Danças com Lobos".

Agora ela é a protagonista ao lado de Costner na sua ambiciosa saga de filmes "Horizon" - um projeto em quatro capítulos que financiou hipotecando a sua casa.

Os dois primeiros capítulos - cada um com cerca de três horas de duração - chegam aos cinemas este verão, com o primeiro a estrear nos cinemas portugueses a 4 de julho e o segundo a 22 de agosto.

Miller, de 42 anos, disse que continua fascinada.

“Sou uma criança dos anos 90. Ainda mal consigo olhar para o Kevin, porque ele foi uma grande parte da minha infância”, disse à France-Presse (AFP).

"Danças com Lobos", de 1990, o filme de Costner que triunfou nos Óscares, foi "a primeira vez que realmente tive o meu coração partido por um filme - fiquei obcecada por ele", revela.

Ela tinha dois coelhos de estimação chamados Two Socks e Cisco, em homenagem ao lobo e ao cavalo do filme.

"Horizon" segue várias personagens e histórias na fronteira violenta do século XIX, quando os colonos europeus tomaram posse das terras dos indígenas americanas, com Miller a interpretar uma mulher cuja família é atacada e enfrenta uma luta brutal para sobreviver.

“Gosto de pensar que seria uma boa mulher de fronteira. Gosto mais de atividades ao ar livre do que possa imaginar”, diz a atriz norte-americana.

"Mas não acho que teria sido divertido. Sei que o Kevin diz que gostaria de ter vivido nessa altura. Acho que foi uma época muito difícil para estar vivo."

Miller estava grávida para as filmagens do segundo capítulo, o que tornou as condições ainda mais difíceis.

“Estávamos realmente na natureza. Isso foi difícil, porque se está de espartilho e estão temperaturas elevadas e há escorpiões e cascavéis.

“Encontrei terra, aquela terra vermelha, no meu cabelo durante cerca de um mês. No nariz, nas orelhas, em todos os orifícios. Bem, não em todos os orifícios”, acrescentou a rir.

Apenas Costner sabia que ela estava grávida durante a segunda rodagem.

"Estava a sentir-me muito mal. Aquele espartilho não era meu amigo!", nota.

Genocídio horrível

Miller gostou da oportunidade de aprender mais sobre a história daquele período.

“Este país com um povo indígena que foi exterminado de forma violenta e brutal, num genocídio horrível – isto não é falado de todo o suficiente”, diz.

"É uma história sangrenta e devastadora. Mas aconteceu. E acho que ser capaz de olhar para isso e não ser muito político, mas apenas mostrar a verdade, é revigorante."

Falando no Festival de Cinema de Cannes, onde "Horizon: Uma Saga Americana – Capítulo 1" estreou mundialmente no mês de maio, Costner disse à AFP que começou a trabalhar no argumento em 1988, mas nunca conseguiu encontrar um estúdio para apoiá-lo.

No entanto, as críticas até agora foram decididamente diversas, com o IndieWire a chamar-lhe "o projeto de vaidade mais enfadonho do século", enquanto o The Telegraph se emocionou com a sua "dimensão pura e magistral".

Costner diz que não tem medo de ir à falência.

"Qual é o medo? Se me tirarem, ainda tenho meu filme. Ainda tenho a minha integridade. Ainda escutei o meu coração", disse.

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