Foi em junho de 2022 que Kevin Costner chocou Hollywood ao revelar que “Horizon”, que cruza as histórias de colonos e colonizados, de brancos e indígenas, num Oeste violento e dramático, nas grandes migrações durante a Guerra Civil americana (1861-1865), afinal seriam quatro filmes.

Sem nenhum estúdio a apoiar a sua visão, o vencedor dos Óscares de “Danças com Lobos” (1990) decidiu tratar do financiamento com dois investidores cuja identidade não revelou, as receitas das vendas de direitos a distribuidoras estrangeiros... e 38 milhões do seu bolso. Pelo meio, um conflito sobre a agenda para a rodagem de “Yellowstone” a interferir com a produção dos filmes acabou por levar a uma polémica confusa nos bastidores e ao seu eventual abandono da série: o patriarca John Dutton não vai regressar para os últimos episódios.

O plano de estreia de “Horizon” não tem precedentes: o “Capítulo Um”, com 181 minutos, e o “Capítulo Dois” serão lançados nos cinemas com menos de dois meses de intervalo. Nos EUA, o estúdio Warner Bros. só trata da distribuição: Costner também pagou os custos de marketing.

Primeiro filme como realizador e ator em 21 anos, um projeto de paixão e ambição alimentado desde 1988, onde Costner se desdobrou também pelas posições de coargumentista e produtor, este é o seu regresso ao western, o género que lhe deu alguns dos melhores momentos na carreira, de "Silverado" (1985) a "Danças com Lobos" (1990), de "Wyatt Earp" (1994) a "Open Range - A Céu Aberto" (2003) e, já no pequeno ecrã, "Hatfields & McCoys" (2012) e "Yellowstone" (2018-2022).

"Horizon: Uma Saga Americana – Capítulo 1", que estreia esta semana nas salas portuguesas, é cinema 'old school'. Das grandes paisagens à escala épica da história e da produção, servida por um vasto elenco: Sienna Miller, Sam Worthington, Jena Malone, Abbey Lee, Michael Rooker, Danny Huston, Luke Wilson, Isabelle Fuhrman, Jeff Fahey, Will Patton, Tatanka Means, Owen Crow Shoe, Ella Hunt, Jamie Campbell Bower, Michael Anganaro, Angus Macfadyen, Tom Everett e Giovanni Ribisi.

Com o "Capítulo Dois" a estrear a 22 de agosto, a proposta é começar a contar como foram os 15 anos determinantes na expansão e colonização do Oeste americano, uma história intrinsecamente americana mas que Costner acredita ser universal.

"Acho que os filmes sempre têm essa oportunidade de criar uma ligação. Na verdade, não somos tão diferentes. Talvez não partilhando a mesma língua ou costumes, mas se pensarmos na América, em certo sentido, ela não é tão antiga em comparação com o resto do mundo", contou durante uma conferência de imprensa virtual com vários atores onde esteve presente o SAPO Mag.

E acrescenta: "O que isso realmente significa é que começámos a receber notícias sobre a América há cerca de 400 anos. As coisas estavam a andar muito bem sem nós, e a América foi colonizada por europeus, por pessoas vindas de todo o mundo. Se conseguissem atravessar aquele Atlântico. Começaram a perceber que havia uma promessa aqui, que havia uma terra tão grande, que ia tão longe, que poderiam ter o que não tinham na Europa. Refiro-me a isso como o Jardim do Éden. E o que eles não perceberam é que havia aqui um povo que prosperava há 15 mil anos. E estas duas ideias entraram em conflito de mar a mar e a nossa história trata disso. Mas as pessoas que cruzaram a América, não nos enganemos, vieram da Europa".

Jon Beavers

Costner insiste sobre a universalidade: “As mesmas coisas fazem-nos rir. Fazem-nos chorar. Choramos pelo que perdemos. Ansiamos pelo que gostamos. Quando se investe em comportamentos, não importa em que século ou década se escolha fazer um filme. Podemos reconhecer-nos. E isso é a obrigação de um filme, que se consiga olhar lá para cima [no ecrã] e reconhecer-se”.

Costner já filmou alguns dias para o "Capítulo Três", que retomará em agosto, mas ainda procura financiamento para o terminar e avançar para o "Capítulo Quatro". E explica o caminho até chegar aqui: "Quando faço uma história, não quero parar até terminar. E quando olho para ela, tento entender o que era. E foi realmente uma jornada. Não é um filme de enredo. E portanto, eram quatro. E a minha ideia não foi esperar para ver se o primeiro tinha sucesso. Acredito em contar esta história. A única maneira de isto ter sucesso, na minha opinião, é que esteja completo".

E recorda: “Em 1988 era um único filme e quando não consegui fazer esse, decidi que faria mais quatro. E a lógica disso é puramente americana. E o que fiz essencialmente foi reprojetar aquela primeira história, que é quase como são muitos westerns. Começa com uma cidade, sempre uma cidade, e esquecemos as pessoas que estiveram lá primeiro […] A primeira imagem que temos em 'Horizon' é uma estaca a ser enterrada e formigas a saírem. Foi uma metáfora para o caos que começámos. E acho que tive a oportunidade de 'Um momento. Vamos falar sobre como começou [a cidade de] Denver; como começou Tucson, São Francisco, St. Louis'. Seguimos esse caminho. Deslocámos pessoas. E queria começar do início e peguei nas personagens daquela história original e fui capaz de reprojetar oito ou nove delas. Portanto, há uma quinta história que talvez faça um dia. […] O Oeste não é uma terra na Disneylândia, era real. E houve decisões de vida ou morte. E não foi no decorrer de um filme. Foi ao longo de 200 anos”.

Um filme que precisa de mulheres fortes como personagens

Sienna Miller ao centro

Há pouco tempo, Costner tornou-se viral e provocou discussão e polémica nas redes sociais ao dizer: "Faço filmes para homens. É isso que faço. Mas não vou fazer um filme a não ser que tenha personagens femininas fortes. Foi assim que conduzi minha carreira. [...] Simplesmente não consigo pensar num filme sem ter [mulheres fortes]".

De facto, percorreram o mundo as imagens da sua comoção aos aplausos dos espectadores da antestreia mundial em maio no Festival de Cannes, onde compareceu com sete das atrizes, diz agora, "por causa do nível da contribuição que trouxeram para um western americano".
E recorda: "Normalmente, elas não se identificam [com o género]. E neste caso, não só as nossas histórias passam através das minhas mulheres, como a história não é possível sem elas. É uma história muito melhor mostrar o que elas passaram".

Frances Kittredge, o principal papel feminino, uma mulher cuja família é atacada e enfrenta uma luta brutal para sobreviver, pertence a Sienna Miller, que conta que ficou 'entusiasmada' com o convite.

"Ela é uma sobrevivente. Tão corajosa e penso que contar uma história sobre o tipo de origem da América como a conhecemos hoje sem não incluir mulheres é realmente hipócrita. E o Kevin criou estas personagens incríveis e acompanha a sua contribuição, não apenas para a colonização da América, mas também nas suas lutas internas pessoais. [...]", descreve a atriz britânica (mas nascida em Nova Iorque), revelada há 20 anos por "Layer Cake - Crime Organizado" e "Alfie".

‘Obcecada’ na infância com “Danças com Lobos”, ao ponto de dar os nomes Two Socks e Cisco aos seus coelhos de estimação, em homenagem ao lobo e ao cavalo do filme, Miller tinha outra razão para aceitar o projeto além da sua personagem: "Se o Kevin Costner nos liga e pergunta se queremos fazer um western, vamos a correr. A correr [risos]".

O cineasta esclarece: “Vi em Sienna Miller uma das nossas grandes protagonistas. E há outras mulheres aqui [na conferência de imprensa] que podem e estarão à frente de filmes. Mas a Sienna era a nossa líder. Ela é luminosa. Ela tem aquele milagre de ficar mais bonita quanto mais suja fica. E ela apanhou tudo que eu tinha, todos o fizeram. Só vou dar um exemplo: 'Danças com Lobos' foi feito em 106 dias. 'Wyatt Earp' levou cerca de 113. Fizemos este filme em 52 dias. E estes atores nunca se encolheram. […] Simplesmente, nunca os esquecerei. Estamos ligados para sempre neste filme. Estavam presentes nas condições mais difíceis. Quem sabe o que estava a acontecer nas suas vidas pessoais? Retratamos outras pessoas, mas as nossas vidas continuam. E cada um deles deu-me tudo. O que mais se pode pedir? E tudo começou com a Sienna”.

A australiana Abbey Lee interpreta Marigold, uma prostituta que descobrimos a tentar seduzir o comerciante de cavalos interpretado por Costner: a maioria das suas cenas são com ele, uma experiência que descreve como "fascinante".

"Parecia um homem muito diferente como realizador e ator. Como realizador, realmente tem muito entusiasmo e energia. Anda mais ou menos a correr pelo set ou a cavalo a dar indicações às pessoas. E tem tanta energia de comando e qualidades de liderança tão fortes, o que é realmente importante num set desta dimensão onde não há apenas atores e figurantes. Há gado e burros a espernear, um clima de loucos [...] Mantém a moral elevada todos os dias. E como ator, ele é tão relaxado e gentil. Em vez de se sentir que se está a fazer uma cena com alguém a representar, é apenas um homem à nossa frente, a comunicar connosco", descreve.

Danny Huston e Michael Rooker

Elogios ao cineasta faz também Michael Rooker: apesar de ser um veterano da indústria a aproximar-se rapidamente dos 150 créditos no grande e pequeno ecrã, principalmente em papéis de forte antagonismo (basta recordar o popular Yondu Udonta da saga "Guardiões da Galáxia"), o ator diz que 'tudo neste filme foi distinto'.

E recorda: "Ter a primeira conversa com o Kevin ao telefone, e ele a perguntar e a querer-me no filme foi simplesmente incrível. Tínhamos trabalhado juntos em 'JFK' [1991] e que prazer ver novamente o seu rosto e estar no set. Foi fantástico. Um belo realizador. Muito atencioso e compreensivo. E adoro a maneira como dá indicações. A direção é vital e quando se está a conversar antes da cena, a prepará-la, realmente afeta-me. Tenho muita sorte de estar aqui. Ainda recentemente partilhei nas redes sociais que o cinema está de volta. Portanto, obrigado, Kevin".

Tatanka Means

Se as atrizes de "Horizon" se mostram gratas e surpreendidas com as fortes personagens femininas que lhes foram confiadas, os vários atores indígenas que trazem autenticidade a "Horizon", num exemplo de 'casting' nem sempre seguido por Hollywood, destacam o difícil trabalho para aprender o dialeto apache e a muita pressão para fazer justiça à representação do seu povo.

"Porque somos atores indígenas, somos escolhidos e interpretamos tribos diferentes. E acho que muitas pessoas pensam que podemos simplesmente falar qualquer que seja língua que nos atribuem. E penso que falei mais de 20 línguas tribais diferentes. Não somos Apache, mas somos membros tribais inscritos", diz Tatanka Means.

"E estou grato ao Kevin por nos escolher porque acho que muitos dos nossos papéis foram feitos por pessoas que reivindicam ser em parte indígenas, tipo laços de sangue ou ascendência. E perdemos papéis importantes como estes que ajudam as nossas carreiras", nota o ator, que também fez parte do elenco do recente "Assassinos da Lua das Flores", de Martin Scorsese.

E esclarece: "Queremos essa autenticidade quando vemos o nosso povo a ser representado no ecrã. Queremos ouvir a nossa língua falada corretamente e não massacrada. Isso traz-nos orgulho. E não apenas para o povo Apache, mas para todos os povos indígenas na América do Norte. Como quando ouvi 'Danças com Lobos' e falavam fluentemente a língua Lakota uns com os outros. Isso faz-nos querer aprender. Faz-nos querer continuar em frente, porque é importante para o nosso povo".

Por seu lado, Costner diz que esta não pareceu uma grande decisão que teve de tomar.

"Parece apenas autêntica e não quero muito crédito. Parece óbvio. E isso contribui para um filme melhor. E não se pode ter a história de um western a menos que se tenha a do Primeiro Povo. Mergulhámos o seu modo de vida no caos. E nunca recuperaram à sua maneira. E estou ciente disso, mas também das pessoas que chegaram a este país e da desenvoltura necessária para construir uma vida. Isto simplesmente mergulhou estas duas culturas no caos. E foi uma luta desigual. Não foi justa. E não pretendo reinventar a história ou fazer justiça ao que aconteceu, mas não posso fazer um filme sobre o Oeste Americano a não ser que os indígenas estejam envolvidos", explica.

E reforça: “Mesmo se, ao contarmos esta história, não cheguemos tão longe às histórias dos indígenas americanos quanto gostaria. Não finjo que sou um indígena. Mas nunca esqueçamos que se tornaram inconvenientes. Como é que isso aconteceu no seu próprio país? Tiveram de fugir para salvar as suas vidas. Tiveram que proteger o seu modo de vida, a sua religião, os seus filhos, e isso nunca pode ser minimizado. As nossas impressões digitais estão por toda parte. Não precisamos sentir embaraço ou vergonha, mas temos de reconhecer a beleza dessa cultura, de pessoas que viviam num nível de equilíbrio e harmonia antes de nós chegarmos. Antes de colocarmos a primeira estaca no chão. E essa será sempre a nossa história”.

Uma época e um território implacáveis

Jena Malone (“Orgulho e Preconceito”, “O Lado Selvagem”, saga “Hunger Games”) destacou “a prenda como ator” que foi trabalhar nas vastas e incríveis paisagens naturais do estado do Utah, toda uma equipa junta nas duas horas necessárias para chegar ao acampamento base da produção e 45 até ao local da rodagem, onde encontraram cenários que não existiam três meses antes. Uma “outra personagem omnipresente em todas as nossas interpretações”.

Esta foi uma experiência que fez Luke Wilson, que interpreta o capitão de uma comitiva de carroças, ter “mais respeito do que aquele que já tinha pelas pessoas que viveram naquela época. Sou do Texas e sempre que viajo de um lado para o outro entre o Texas e a Califórnia, olho pela janela e penso: "Ok. Como é que as pessoas conseguiram atravessar aquilo? Se eu fosse colocado ali, conseguiria sobreviver sozinho? [risos] E portanto chegar a um daqueles lugares que via de avião foi uma ótima experiência”.

Luke Wilson

Sienna Miller nota sobre os riscos que as pessoas corriam naquela época: “Acho que ninguém antecipou o quão perigoso seria. Acho que não sabiam realmente no que se estavam a meter e, obviamente, a partir do momento em que se inicia esta jornada e finalmente se chega, meses e meses a viajar com crianças e gado, não há como voltar atrás. E acho que era um terreno implacável”.

“E também ser mulher naquela época”, acrescenta Abbey Lee.

“Eu interpretava uma personagem que foi, essencialmente, forçada à prostituição porque se não se fosse casada com um homem, por outras palavras, se não se fosse propriedade de um homem, então não tinha direitos. Não tinha liberdade. Não tinha oportunidade de ser independente, de ter sonhos, portanto estava a interpretar esta personagem que explodia de desejo, vigor e paixão. E não estava numa era em que se pudesse fazer isso. Essa não foi uma liberdade que as mulheres receberam. Os seus sonhos são destruídos, até fisicamente. Mesmo ao estar num espartilho, onde não se consegue respirar ou se mover adequadamente, isso cria essa sensação de aprisionamento e frustração”, diz.

Sobre essa experiência, Sienna Miller revela que ela e Isabelle Fuhrman (conhecida como a revelação dos filmes de terror “Orfã”) leram os diários de mulheres da Rota do Oregón [uma das principais de migração na América do Norte].

“Podem ser lidos. Estão no Google. São incríveis. Estas jornadas em que as pessoas estavam a embarcar e as coisas com que as mulheres tiveram que lidar. Muitas vezes, davam à luz na rota. Tinham de lidar com crianças pequenas a perderem-se. Tinham que alimentar as suas famílias e, muitas vezes, como a Abbey dizia, não faziam esta jornada com autonomia. Faziam estas viagens porque os seus maridos viajavam por um sonho”, conta.

Tom Payne e Ella Hunt

Isabelle Fuhrman reforça a dureza das vidas: “Gostamos de pensar, e o Kevin falou muito sobre isso, que era uma época mais simples, mas as decisões que as pessoas tomavam no dia a dia, coisas tão simples como onde se vai encontrar água a seguir e se estavam a ir na direção certa ou não, ou se a pessoa que está dizer que estamos a ir na direção errada está a mentir ou não... realmente foi uma época em que não se sabia se cada decisão que se tomava afetaria todos à sua volta. E isso começamos a ver no primeiro filme, mas continua ao longo da saga”.

Costner conta que “esta história vai envolver as pessoas. Quando se fecha os olhos e a sala ficar escura, irão abri-los e ir para o Oeste connosco. E irão ver como foi preciso tanto comportamento honesto, tanta coragem e desenvoltura. E verão atores de classe mundial a abraçar esses papéis, a desaparecer neles. E estou tão feliz que isso tenha acontecido. Tem sido uma longa jornada para mim. E estou grato por isso ter acontecido e não ser mais o nosso filme. É das pessoas. E o melhor dos filmes é que se pode revisitá-los. E sempre que o fazemos, vemos algo diferente nos que mais nos emocionam”.

Questionado sobre os filmes preferidos no género que mais o marcou, o cineasta diz que são cerca de três, mas destaca só “O Homem que Matou Liberty Valance”, de John Ford (1962), com John Wayne e James Stewart.

“Baseia-se na escrita, portanto adoro bastante. E penso que 'A Conquista do Oeste' [1962, uma saga de várias histórias realizada por Ford, Henry Hathaway e George Marshall] despertou a minha imaginação. Mas tinha sete anos e essa é mesmo a essência do cinema, não é? Que nós, por algum motivo, vamos ver essas coisas no escuro. Todos fizemos isso. Fomos levados para lá quando éramos crianças. [...] Por mais falsos que sejam os filmes, há muito para aprender com eles. De certa forma, aprendemos quem queremos ser e quem não queremos ser”.

Noutro momento da conferência de imprensa, recorda que “os filmes podem viver para sempre. E os atores que vieram para 'Horizon' farão parte disto para sempre nas suas vidas. As pessoas que mais os amam e por mais tempo poderão olhar para este momento das suas carreiras e ficarão maravilhadas. E há quatro deles. E o segundo será mais difícil que o primeiro. Não fica mais fácil para as pessoas que vão para o Oeste. Fica mais difícil. Podem ter a certeza”.

Ao concluir, expressa o entusiasmo com o resultado da sua paixão: “Toda esta coisa de fazer filmes é que há pessoas que nunca iremos conhecer. E nunca iremos conhecer o público que paga para ficar sentado naquela sala escura. Esta é uma experiência que todos temos em comum em todo o mundo. Mas o que irão ver quando o fizerem é, espero, magia. Foi mágico para mim. É um filme que gostaria que alguém fizesse para mim. Mas agora existe e estou grato”.

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