A caminho dos
Óscares 2019
Os críticos de Nova Iorque seguiram o exemplo do Festival de Veneza e atribuíram pela primeira vez o prémio de Melhor Filme a uma produção Netflix.
O filme é, claro, "Roma", o drama familiar do mexicano Alfonso Cuarón ambientado no México na década de 1970 e inspirado na sua própria família, nos amores e desamores entre funcionários e empregadores, filmado a preto e branco e com atores desconhecidos do grande público.
Alfonso Cuarón também o prémio pela realização e direção de fotografia, reforçando o favoritismo na corrida às nomeações para os Óscares apesar das conhecidas resistências de membros da Academia ao modelo de produção da Netflix.
"Roma" é o candidato oficial à categoria de Melhor Filme Estrangeiro do México, onde a exibição foi boicotada por duas grandes exibidoras que exigiam um maior período de exclusividade nos cinemas.
O filme já estreou em algumas salas de Los Angeles, Nova Iorque e México a 21 de novembro, e antes do lançamento na plataforma de streaming a 14 de dezembro ainda chegará a mais algumas cidades americanas e a outros outros países (em Portugal, está prevista a estreia em algumas salas a 13 de dezembro).
Ao longo das próximas semanas, dúzias de associações de críticos vão anunciar as suas escolhas, mas a do New York Film Critics Circle, fundada em 1935, é a mais antiga e uma das que têm mais prestígio nos EUA. É formada por 42 críticos de cinema de imprensa e internet.
Para Melhor Ator, a escolha foi Ethan Hawke por "No Coração da Escuridão", filme que também valeu ao lendário Paul Schrader o prémio do argumento.
Regina Hall foi considerada a Melhor Atriz pela comédia "Support the Girls", com Regina King distinguida como secundária por "If Beale Street Could Talk", o novo filme de Barry Jenkins, realizador do oscarizado "Moonlight". Como ator secundário, a escolha recaiu no britânico Richard E. Grant por "Can You Ever Forgive Me?".
Para Melhor Animação, uma surpresa: "Homem-Aranha: No Universo Aranha" contrariou o aparente favoritismo de "The Incredibles 2".
Mais previsível foi o prémio de Melhor Filme Estrangeiro para "Cold War - Guerra Fria", do polaco Pawel Pawlikowski, enquanto o meuito elogiado "Eighth Grade", de Bo Burnham, destacou-se como Melhor Primeiro Filme.
O New York Film Critics Circle gosta de se apresentar como uma "alternativa" aos Óscares: as escolhas de Melhor Filme coincidiram 31 vezes em 83 anos e a mais recente foi com "O Artista" em 2012.
Nesta década, preferiu "00:30 A Hora Negra", "Golpada Americana", "Boyhood", "Carol", "La La Land" e "Lady Bird", enquanto a Academia optou por "Argo", "12 Anos Escravo", "Birdman", "O Caso Spotlight", "Moonlight" e "A Forma da Água".
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