O realizador mexicano Alfonso Cuarón, “que representa o verdadeiro espírito de um artista contemporâneo camaleónico”, vai receber um prémio de carreira em agosto no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, revelou hoje a organização.
Alfonso Cuarón, 62 anos, é um premiado realizador mexicano “que se reinventa enquanto artista em cada novo filme”, seja ficção científica, um melodrama ou uma saga, afirmou o diretor artístico do festival, Giona Nazzaro, para justificar a atribuição deste prémio de carreira.
A 77.ª edição do Festival de Cinema de Locarno decorrerá de 07 a 17 de agosto e Alfonso Cuarón receberá o prémio no dia 11.
Alfonso Cuarón começou o percurso no cinema ainda no México, onde nasceu em 1961, mas o salto na carreira aconteceu depois de se ter mudado para Los Angeles, nos Estados Unidos, onde assinou com os estúdios Warner Brothers.
É autor, por exemplo, de “Grandes Esperanças” (1998), uma adaptação do clássico de Charles Dickens, “E a tua mãe também” (2001), coescrito com o irmão Carlos Cuarón, e o ‘blockbuster’ “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (2004).
Os dois filmes mais premiados da carreira são “Gravidade”, um drama de ficção científica de 2013, e “Roma” (2018), inspirado na infância dele, que lhe valeram Óscares e Globos de Ouro de melhor realização.
Este ano estreará a série "Disclaimer", na AppleTV+, com Cate Blanchett e Kevin Kline.
Locarno já tinha anunciado que também vai homenagear a realizadora Jane Campion, autora de "O Piano" e "O poder do cão", com o Leopardo de Honra de carreira, e o sonoplasta norte-americano Ben Burtt, conhecido pelo trabalho na saga “Guerra das Estrelas”.
Será também distinguido o realizador de animação Claude Barras, autor de "A minha vida de curgete".
Este ano, na competição internacional do festival de Locarno está o filme "Fogo do Vento", a primeira longa-metragem da realizadora Marta Mateus, enquanto a secção “Cineastas do Presente” tem a concurso a longa-metragem "Hanami", da realizadora portuguesa de origem cabo-verdiana Denise Fernandes, formada na Suíça.
O realizador português Carlos Pereira, que trabalha na Alemanha, foi selecionado para a competição internacional da secção “Pardi di Domani” (“Leopardo de amanhã”), dedicada a "cineastas do futuro", com a curta-metragem "Icebergs", de produção alemã.
Extra competição será exibido "Cartas Telepáticas", de Edgar Pêra, filme que relaciona as obras literárias de H.P. Lovecraft e Fernando Pessoa com recurso à Inteligência Artificial.
O festival abrirá com "A Multidão" (1928), de King Vidor, um clássico do cinema mudo que será acompanhado pela Orquestra da Rádio Suíça-Italiana.
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