Esta é a 77.ª edição do festival, que abre com “Le Déluge”, que o realizador italiano Gianluca Jodice descreveu como “literalmente um filme apocalíptico”, sobre os últimos dias de monarquia em França, com Luís XVI e Maria Antonieta.
A interpretação neste filme ficou a cargo de Mélanie Laurent e Guillaume Canet, que recebem hoje Prémios de Excelência no festival.
Este ano, na competição internacional de Locarno está "Fogo do Vento", primeira longa-metragem de Marta Mateus, que sucede à curta-metragem “Farpões Baldios” (2017).
“Fogo do Vento”, coproduzido por Marta Mateus e Pedro Costa, em coprodução com França e Suíça, conta com alguns dos protagonistas do filme anterior, aprofundando histórias de uma comunidade alentejana, "num filme político que convoca a memória das gerações anteriores", indo "da resistência à ditadura salazarista ao tempo presente", segundo a sua apresentação.
A par de Marta Mateus, a competição internacional pelo Leopardo de Ouro conta, entre outros, com o sul-coreano Hong Sangsoo ("Suyoocheon"), a espanhola Mar Coll ("Salve Maria), o britânico Ben Rivers ("Bogancloch") e o realizador chinês Wang Bing ("King chun Ku").
Na secção “Cineastas do Presente”, está a longa-metragem "Hanami", de Denise Fernandes, e que se centra na história de uma família de "uma ilha vulcânica remota", de onde toda a gente quer partir, mas onde uma criança, "a pequena Nana, aprende a ficar".
“Hanami”, coprodução entre Portugal, Suíça e Cabo Verde, é a primeira longa-metragem da realizadora portuguesa de ascendência cabo-verdiana Denise Fernandes, que já tinha apresentado em Locarno a curta-metragem “Nha Mila” (2020).
O realizador português Carlos Pereira, que trabalha na Alemanha, foi selecionado para a competição internacional da secção “Leopardo de amanhã”, com a curta-metragem "Icebergs", de produção alemã.
Fora de competição, há ainda a assinalar a estreia de “Cartas Telepáticas”, um filme de Edgar Pêra com imagens geradas por Inteligência Artificial e que põe em diálogo os universos literários dos escritores H.P. Lovecraft e Fernando Pessoa.
Também extraconcurso, Locarno acolhe o filme “O vento assobiando nas gruas”, que a realizadora suíça Jeanne Waltz fez a partir de um romance de Lídia Jorge.
O filme passa no programa independente “Panorama Suisse”, destinado a filmes com produção suíça que já foram exibidos em contexto de outros festivais ou em salas de cinema.
Este ano, Locarno vai distinguir várias personalidades do cinema, nomeadamente a realizadora neozelandesa Jane Campion, o sonoplasta norte-americano Ben Burtt, o realizador de animação suíço Claude Barras ou o realizador mexicano Alfonso Cuarón.
Durante a tarde de hoje haverá uma abertura musical de Locarno com o filme “A Multidão", de King Vidor, um clássico do cinema mudo que será acompanhado pela Orquestra da Rádio Suíça-Italiana.
A 77.ª edição do festival suíço termina no dia 17.
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