«Não há crise para ninguém», começou por dizer Rui Pereira, um dos três diretores do
IndieLisboa, hoje numa conferência de imprensa em Lisboa. Rui Pereira disse que, este ano, a organização conseguiu gerir verbas e apoios de modo a fazer um festival mais equilibrado, com menos dinheiro, mais apoios e a maior participação de sempre de filmes portugueses e estrangeiros.

«Tomámos as medidas que nos pareceram necessárias para chegar agora aqui e estarmos conscientes e confiantes de que esta edição se vai fazer e vai passar com muito mais facilidade do que no ano passado», referiu.

O IndieLisboa 2012 conta com 1,1 milhões de euros de orçamento, dos quais 71,7 por cento são de apoios privados.

Do total de 3880 filmes recebidos, foram selecionados 233 que demonstram uma «vontade de desbravar novos caminhos, um cinema que não é formatado nem é convencional», referiu Nuno Sena, da direção do IndieLisboa. Destaque para uma maior presença de cinema português, com 38 filmes - seis longas-metragens e 32 curtas-metragens.

Da competição nacional de longas fazem parte
«A casa», de Júlio Alves,
«From New York with love», de André Valentim Almeida,
«Jesus por um dia», de Helena Inverno e Verónica Castro, e
«Por aqui tudo bem», da angolana Pocas Pascoal.

Integra também a lista de longas-metragens o filme de Catarina Ruivo «Em segunda mão», que revelará a última participação cinematográfica do ator Pedro Hestnes, que morreu em 2011.

Das 19 curtas-metragens da competição sobressaem
«Kali, o pequeno vampiro», nova animação de
Regina Pessoa,
«Fado do Homem Crescido», de Pedro Brito,
«Cerro Negro», de
João Salaviza, e
«Palácios de Pena», de
Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt.

Fora de concurso serão exibidos
«Rafa», de
João Salaviza, premiado com o Urso de Ouro em Berlim,
«Raul Brandão era um grande escritor», que
João Canijo fez para Guimarães Capital Europeia da Cultura 2012, e
«A vossa casa», de
João Mário Grilo.

No âmbito das atividades paralelas, no dia 2 de maio haverá um encontro no Cinema São Jorge sobre o atual estado do cinema português, visto pelos realizadores mais novos.

Na secção de documentários «Pulsar do Mundo», destaca-se a exibição de dois filmes do artista plástico chinês Ai Weiwei -
«Ordos 100» e
«So sorry».

No programa IndieMusic serão mostrados, por exemplo,
«Meu caro amigo Chico», de Joana Barra Vaz sobre Chico Buarque,
«Inni», de Vincent Morisse, sobre os islandeses Sigur Rós, e
«Andrew Bird: Fever Year», de Xan Aranda, sobre o músico Andrew Bird.

A longa-metragem
«Dark Horse», de
Todd Solondz, abrirá oficialmente o festival. O encerramento ficará por conta de
«Le Skylab», ficção autobiografada da realizadora e atriz francesa
Julie Delpy, e de
«Take Shelter», do autor norte-americano Jeff Nichols.

Este ano, o festival decidiu não realizar o programa «Herói Independente», optando por programar um ciclo associado aos 50 anos do Festival de Cinema de Viena e outro sobre o emergente cinema suíço.

O IndieLisboa decorrerá na Culturgest, Cinema São Jorge e Cinema Londres, de 26 de abril a 6 de maio.

@Lusa