Tobe Hooper morreu no sábado, 26 de agosto, aos 74 anos, em Sherman Oaks, na California, confirmou o departamento de Medicina Legal de Los Angeles, divulgado pela "Variety". As causas da morte ainda não são conhecidas.
O realizador, que esteve em 2013 em Portugal a convite do MotelX, era um dos mais reconhecidos mestres do terror no cinema, autor de um dos clássicos absolutos do género, "Massacre no Texas". A luta pelo controlo artístico dos seus filmes foi uma constante ao longo de uma carreira em que os grandes êxitos de bilheteira estiveram quase sempre longe mas que gerou um culto ferrenho entre os verdadeiros amantes do género no cinema.
Nascido em 1943 no Texas, começou a fazer filmes logo aos nove anos, com a câmara de 8 mm do pai, estudou drama e cinema na universidade, e depois fez televisão, curtas-metragens e publicidade (terá sido ele a fazer o primeiro teste filmado de uma então desconhecida Farrah Fawcett) e, em 1969, atirou-se a uma primeira longa-metragem experimental, "Eggshells".
Em 1974, com o orçamento minúsculo de apenas 300 mil dólares, realizou aquele que seria o seu filme mais influente e popular, "Massacre no Texas", sobre um grupo de amigos raptado por uma família de canibais, que por trás de toda a violência (mais elidida que mostrada) escondia um comentário ácido à situação política e social da época. O filme seria muitíssimo polémico e seria banido em vários países, mas tornou-se um enorme sucesso, arrecadando cerca de 30 milhões de dólares nas bilheteiras na época.
Com o passar do tempo, tornou-se um dos mais influentes filmes de terror de sempre, antecipando muitos dos códigos dos "slasher-movies" e gerando várias sequelas, "remakes" e derivados, o mais recente dos quais, "Leatherface", com estreia agendada para dezembro de 2017.
Assinou depois contrato com a Universal para seis filmes mas só faria dois, "Eaten Alive" (1977) e "Acidente no Luna Park" (1981), também à época muito polémicos mas entretanto criticamente recuperados, e rodou em 1979 uma adaptação televisiva de grande sucesso do romance de Stephen King, "A Purificação de Salém".
O ano de 1982 é dominado por "Poltergeist - O Fenómeno", um grande sucesso de bilheteira, que assinou como realizador tendo Steven Spielberg como produtor e argumentista, mas que desde logo gerou intensa discussão sobre o verdadeiro papel criativo de cada um no filme, com fontes a dizer que o último teria sido o verdadeiro autor da fita, polémica que ainda hoje se mantém acesa.
Depois de assinar o videoclip de "Dancing with Myself" para Billy Idol, Hooper faz três filmes para a Cannon que deram que falar: "Lifeforce - As Forças do Universo" (1985), "Invasores de Marte" (1986) e "Massacre no Texas 2", uma sequela ao seu título de glória, cheia de humor negro.
A partir daqui, Hooper circulou sempre pelo cinema independente, com as estreias seguidas maioritariamente pelos fãs do género. Nos anos 90, apresentou "Combustão Espontânea" (1990), "Night Terrors" (1993), um dos segmentos do colectivo "Bodybags - Vidas Noturnas" (1993), "A Máquina Mortífera" (1995) e "The Apartment Complex" (1999).
De seguida, apresentou "Crocodilo" (2000), "O Edifício Lusman" (2004), "A Casa Mortuária" (2005) e "Djinn" (2013), mas ao longo do tempo esteve sempre muito ativo em televisão, assinando episódios de séries como "Contos Assombrosos", "Pesadelo em Elm Street - A Série", "Haunted Lives - True Ghost Stories", "Contos de Arrepiar", "Dark Skies", "Night Visions" e, claro, "Masters of Horror".
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