Bernard Fox morreu de paragem cardíaca num hospital em Van Nuys, Califórnia, esta quarta-feira, aos 89 anos.
O ator do País de Gales, que pertencia à quinta geração de uma família de artistas, tinha a distinção de ter sido o único a entrar nos dois filmes mais importantes que Hollywood fez sobre o afundamento do Titanic.
O primeiro foi "A Night to Remember", que em Portugal se chamou "A Tragédia do Titanic", onde tinha um papel não creditado como o marinheiro de vigia Frederick Fleet. Era ele que dizia a importante frase "Iceberg dead ahead, sir!" [Iceberg mesmo à nossa frente, senhor]. Realizado por Roy Baker em 1958, é considerado a versão mais fiel aos factos.
Trinta e nove anos depois, em 1997, Fox subiu à primeira classe no épico "Titanic" de James Cameron, que se tornou o maior sucesso de bilheteira daquele tempo e foi coroado com 11 Óscares: era o coronel Archibald Gracie IV.
Foi na televisão que teve os seus papéis mais relevantes: o do mulherengo Dr. Bombay ao longo de vários episódios de "Casei com uma Feiticeira", exibida entre 1966 e 1972, e o do um coronel em Bernard Fox "Hogan’s Heroes", entre 1965 e 1970.
Como ator convidado, entrou em dezenas de outras séries, como "The Dick Van Dyke Show", "Perry Mason". "The Man from U.N.C.L.E.", "Columbo", "M*A*S*H", "O Barco do Amor", "O Justiceiro" e "Dharma & Greg".
Nos 30 filmes em que entrou entre 1956 e 2004, quando se reformou, existiram vários papéis secundários excêntrico em comédias, nomeadamente em "Desapareceu Um Espião" (1966), "Herbie no Rally de Monte Carlo" (1977), "The Private Eyes" (1980), "As Loucas Aventuras de Barba Amarela, o Pirata" (1983) e "Regresso à Juventude" (1988).
Esses traços também se encontram no piloto reformado Winston Havelock em "A Múmia", de 1999, e como a voz do presidente da "Rescue Aid Society" em "As Aventuras de Bernardo e Bianca" (1977) e na sequela "Bernardo e Bianca na Cangurulândia" (1990), que acabam por ser os trabalhos mais relevantes da sua carreira.
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