A atriz francesa morreu esta sexta-feira aos 89 anos, vítima de um cancro, confirmaram fontes próximas da artista.
"Até ao final permaneceu ativa", declarou a sua agente, Anne Alvares Correa, que recordou que em março deverá estrear o último filme da atriz, "Paris Pieds Nus", de Fiona Gordon e Dominique Abel.
"Emmanuelle Riva era uma mulher comovente, uma artista de rara exigência. Partiu uma voz inesquecível. Uma voz habitada pelo amor das palavras e da poesia", afirmou Frédérique Bredin, presidente do Centro Nacional do Cinema (CNC) da França.
De "Hiroshima, Meu Amor" (1959) até "Amor" (2012), "foi uma das atrizes mais corajosas do cinema francês", destacou Bredin em um comunicado.
Efetivamente, a sua estreia aos 26 anos no filme de Alain Resnais com argumento de Marguerite Duras, um dos precursores da Nova Vaga e um dos mais importantes da história do cinema, como uma atriz francesa que vivia uma história de amor falhado com um arquiteto japonês, tornou-a instantaneamente um ícone do movimento.
Posteriormente, trabalhou com alguns dos grandes jovens realizadores do seu tempo, como Gillo Pontecorvo em "Kapò" (1960), Jean-Pierre Melville em "Amor Proibido" (1961) e Georges Franju em "O Pecado de Teresa", como qual ganhou o prémio de melhor atriz no Festival de Veneza, e "Thomas l'imposteur" (1965).
A seguir, o cinema passou para segundo plano a favor de uma prolongada uma carreira no teatro, intervalada com alguns filmes sem grande impacto e telefilmes, mas mais tarde estaria em "Três Cores: Azul" (1993), de Krzysztof Kieślowski, "Eros Terapia" (2004), de Danièle Dubroux, e "O Verão do Skylab" (2011), de Julie Deply.
A carreira teve um clímax triunfal aos 85 anos quando Michael Haneke a convenceu a aceitar o papel da octogenária que começava a perder a memória em "Amor" (2012), interpretação que lhe valeu muitos prémios, entre eles o César de Melhor Atriz e um BAFTA, além de uma nomeação para os Óscares.
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