A francesa Marion Cotillard obteve a sua segunda nomeação para o Óscar de Melhor Atriz, após conquistar a estatueta em 2008 pelo seu papel de Edith Piaf em «La Vie en Rose».
Concorrendo este ano pela sua interpretação em «Dois Dias, Uma Noite», dos realizadores belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne, a atriz parisiense disse à AFP que sonhava levar o filme ao Oscar.
AFP (Veronique Dupont)- Esta é a sua segunda nomeação para os Óscares graças a um filme de língua não inglesa. É algo histórico?
Marion Cotillard - É difícil de acreditar porque não esperava isto, mas sonhava levar o filme dos [irmãos] Dardenne aos Óscares. Fiquei triste porque o filme não foi selecionado para representar a Bélgica [na categoria de Melhor Filme Estrangeiro]. Perdi a esperança, mas esta [nomeação] dar-lhe-á visibilidade.
AFP - Como explica o seu sucesso em Hollywood?
Cotillard - Fiquei surpreendida. Estou muito agradecida por ter a oportunidade de explorar mais as culturas à margem da minha. Descobri a cultura americana com um dos primeiros filmes que fiz [nos Estados Unidos], dirigido por Michael Mann [«Inimigos Públicos», 2009]. O meu sonho como atriz era chegar lá, mas também preciso estar no meu país. Passo muito tempo fora durante as filmagens e quando volto à França gosto de reencontrar os meus pontos de referência.
AFP - O que têm estes realizadores, em particular, para conseguir que a sua personagem impressione a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas?
Cotillard - Eles fazem um tipo de cinema que não vemos todos os dias. A protagonista alterou-me totalmente, foi maravilhoso. Com eles vivi uma das melhores experiências que já tive num filme. A relação dos irmãos é muito profunda, tão bonita e intensa que a aventura se tornou muito particular.
AFP - Já trabalhou com alguns dos melhores desta indústria, como Woody Allen, Christopher Nolan, Rob Marshall e James Gray. Tem algum novo desafio pela frente?
Cotillard - Hoje em dia gosto muito de fazer comédia. Represento mulheres maravilhosas, com as quais sempre acontece algo, mas gostaria de experimentar um género ao qual não estou acostumada. Gosto de arriscar. Admiro muito a carreira destes atores que são capazes de mudar de um género para outro, encontrar a diferença de ritmos em comédias dramáticas ou simplesmente comédias.
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