À nova versão de
«O Massacre do Texas», em 2003, seguiram-se uma série de remakes:
«Amityville – A mansão do diabo», em 2005,
«Terror nas montanhas» e
«O Génio do Mal», em 2006,
«Halloween», em 2007, ou o ressuscitar de alguns franchises, como
a prequela de «O Exorcista» ou a de
«O Massacre do Texas».
Depois da estreia de
«A Última Casa à Esquerda», remake do original de culto de
Wes Craven, datado de 1972, podemos falar de o encerrar de um ciclo. Já com algum devido distanciamento, que nos permite analisar o panorama geral com mais objectividade e racionalidade, conseguimos perceber que essa vaga de remakes do cinema de terror dos anos 70 não foi apenas uma moda, que chegou à boleia da recente tendência de Hollywood para apostar em remakes, sequelas e prequelas.
1970: eis uma década muito específica para a história contemporânea da cultura ocidental como a conhecemos hoje. A contracultura, que marcara a segunda metade dos anos 60, queimava os últimos cartuchos, com os filhos da era da paz e do amor a viverem a expectativa entre o fim do sonho e o começo da dura realidade, de quem não tinha conseguido alterar o mundo. Além disso, eventos como a guerra do Vietname, o caso Watergate, que afastou a administração Nixon da Casa Branca, ou a ameaça nuclear constante da Guerra Fria só vieram piorar esse estado de espírito.
Na música, por exemplo, os Rolling Stones (que haveriam de enterrar oficialmente o
summer of love com o concerto em Altamont, em 1969) já andavam a transformar o demónio em anti-herói, na canção «Sympathy for the devil»; e Alice Cooper ou os Black Sabbath começavam a fundir o rock’n’roll com o terror, cantando sobre as desilusões adolescentes,
serial killers e assassinatos mórbidos. No cinema, o período áureo de Hollywood terminara e os movie brats assumiam o controlo, desbravando caminho e quebrando tabus, servindo como espelho desse período de desilusão e desânimo.
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