A três semanas de mais uma edição do DocLisboa, a organização desvendou as escolhas de uma secção focada em filmes sobre “música e o palco, o cinema e os seus mestres, a poesia, a fotografia, a moda e a cultura popular portuguesa”.
Entre os filmes a exibir está, em estreia mundial, “O voo do crocodilo – O Timor de Ruy Cinatti”, documentário de Fernando Vendrell sobre o poeta-antropólogo citado no título e sobre a relação “afetiva, etnográfica, artística” que teve com a ilha, que filmou e fotografou.
O filme conta com imagens de arquivo de Timor-Leste e depoimentos de várias pessoas, nomeadamente os investigadores Lúcio de Sousa e Maria do Carmo Piçarra e do padre Peter Stilwell.
No DocLisboa estarão pai e filho a mostrar dois filmes: o realizador Diogo Varela Silva apresenta “O Diabo do Entrudo”, sobre a antiga tradição dos Caretos, no carnaval de Lazarim (Lamego), enquanto o filho, Sebastião Varela, apresenta “Ressaca Bailada”, um filme-concerto sobre o projeto de que faz parte, os Expresso Transatlântico.
Na secção “Heart Beat” pulsará ainda o documentário “Spirit of Nature”, do realizador francês Léo Favier, exibido em Veneza, sobre o mestre do cinema de animação Hayao Miyazaki e sobre a profunda ligação do pensamento e da obra com questões sobre ambiente, ecologia e a presença dos humanos na Terra.
Antes de o filme chegar ao streaming, o DocLisboa mostra em sala “Diário de Estrada: Bruce Springsteen e The E Street Band”, de Thom Zimny. No território da música selecionou também “Luiz Melodia — No Coração do Brasil”, de Alessandra Dorgan, sobre este cantor e compositor brasileiro.
Haverá ainda filmes sobre os realizadores Jacques Demy e François Truffaut e sobre Patti Smith com o projeto Soundwalk Collective, que este ano se apresentou em Portugal.
O DocLisboa chega à 22.ª edição entre os dias 17 e 27 de outubro.
Anteriormente, o festival já tinha anunciado parte da programação, nomeadamente que dedicaria, em conjunto com a Cinemateca Portuguesa, uma retrospetiva ao realizador mexicano Paul Leduc (1943-2020), que será a maior fora do seu país e a primeira no continente europeu.
O festival abre com a longa-metragem “Sempre”, filme de montagem da realizadora italiana Luciana Fina a partir dos arquivos da Cinemateca Portuguesa, com imagens de cinema que acompanharam a preparação e o processo da revolução de 25 de Abril de 1974.
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