Christopher Nolan fez um grande elogio à perspicácia de Taylor Swift a propósito do lançamento do seu filme-concerto, dizendo que, ao fazer uma parceria direta com a exibidora AMC Theatres, ela desafiou o "status quo" estabelecido pelos grandes estúdios tradicionais de Hollywood e plataformas de streaming.
Entre 12 e 15 de outubro, "The Eras Tour" arrecadou 92,8 milhões de dólares nos cinemas da América do Norte e 123,5 a nível mundial, tornando-se a estreia de maior sucesso de sempre para um filme-concerto ou documentário. Foi ainda a segunda maior estreia de um filme de sempre no mês de outubro, perdendo apenas para os 96 milhões de "Joker" em 2019, e a sétima maior deste ano.
Mas aquele que é um dos maiores cineastas vivos no ativo não precisou de esperar por estes resultados: num evento organizado pela Universidade da Cidade de Nova Iorque a 11 de outubro, já estava a dizer que, ao recorrer diretamente a uma exibidora, a estrela pop ia mostrar aos estúdios que existem alternativas de distribuição e que podem ser muito lucrativas.
"A Taylor Swift está prestes a mostrar aos estúdios, porque o seu filme-concerto não está a ser distribuído por eles, mas por uma exibidora, a AMC, e vai render um valor gigantesco de dinheiro", disse o realizador, citado pela revista Variety, durante uma conversa com Emma Thomas, a sua parceira e produtora, e Kai Bird, vencedor do Prémio Pulitzer, cujo livro "American Prometheus" foi a base da adaptação para "Oppenheimer", o seu mais recente sucesso nos cinemas.
"E a questão é esta: isto é um formato, esta é uma forma de ver coisas e partilhar histórias, ou experiências, que é é incrivelmente valiosa", acrescentou.
"E se eles não quiserem, alguém vai querer. Portanto, a verdade é essa", conclui o realizador sobre os grandes estúdios de Hollywood não serem os únicos capazes de organizar o lançamento de um potencial sucesso de bilheteira gigantesco.
Durante o evento, o realizador também reagiu ao sucesso gigantesco do seu ""Oppenheimer": com 942 milhões de dólares de receitas a nível mundial, é o "biopic" que mais dinheiro arrecadou nas bilheteiras.
"Sempre que um filme que não se esperava que tivesse sucesso é um sucesso, é algo encorajador para Hollywood e encorajador para os cineastas. Há uma tensão em Hollywood entre o que é conhecido e o que se prevê que faça dinheiro, essa é a essência da atividade dos estúdios, e o desejo do público por algo novo, algo fresco. Sempre que um filme que não se espera que seja bem sucedido, e superámos amplamente as nossas maiores expectativas para o projeto, isso é encorajador para os estúdios e os cineastas. Essa tensão, essa realidade… entre comércio e arte, essa fórmula nunca muda em Hollywood", explicou.
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