A caminho dos
Óscares 2024
Uma nova era do cinema, menos definida por sagas e filmes com histórias à volta da "propriedade intelectual" para chegarem aos diversos quadrantes do público em todo o mundo, é o que sinaliza o sucesso de "Oppenheimer".
Esta é a opinião de Christopher Nolan sobre o impacto do seu filme sobre o criador da bomba atómica, com três horas e parcialmente a preto e branco, que arrecadou mais de 950 milhões de dólares nas bilheteiras a nível mundial e está na corrida a 13 Óscares.
"Penso que o sucesso de 'Oppenheimer' certamente que aponta para uma espécie de paisagem de filmes pós-franquia, pós-propriedade intelectual — é algo encorajador", disse o cineasta no 'podcast' "Countdown to the BAFTAs" (via Deadline), lançado no âmbito da contagem decrescente para a cerimónia a 18 de fevereiro dos prémios da Academia de Cinema Britânica, onde o filme também concorre em 13 categorias.
Acompanhado pela sua esposa e produtora Emma Thomas, acrescentou que o filme "recordou aos grandes estúdios que existe um apetite do público por algo que as pessoas nunca viram ou uma abordagem que eles não viram antes".
"Toda a gente tem a tendência de deitar abaixo a indústria do cinema. Desde que faço filmes que sinto que a elite cultural estava sempre a prever o fim das salas de cinema e agora fazem-me esta pergunta: ‘O que penso sobre a saúde da indústria cinematográfica?’", notou.
"E não sei realmente como responder. Acabámos de lançar um filme de três horas sobre física quântica e rendeu mil milhões de dólares. Como? Obviamente, a nossa visão é que o público está entusiasmado por ver algo novo”, assegura.
Christopher Nolan concluiu o programa com a esperança que o "Oppenheimer" seja "um ponto de referência" para outros cineastas sobre o que pode funcionar no atual mercado de cinema com os grandes estúdios, tal como a duração improvável de "Vingadores: Endgame", com três horas, não foi um obstáculo para ser um "filme incrivelmente bem sucedido".
Comentários