A caminho dos
Óscares 2016
Charlotte Rampling não poupou palavras nem foi politicamente correta quando lhe perguntaram sobre a discussão sobre a falta de diversidade nas nomeações para os Óscares e a campanha para boicotar a cerimónia de 28 de fevereiro, com o realizador Spike Lee e o casal Will Smith e Jada Pinkett Smith a anunciarem que não vão estar presentes.
"É racista para os brancos", afirmou a atriz britânica, nomeada para Óscar de Melhor Atriz pelo filme "45 Anos", ao lado de Brie Larson ("Quarto"), Cate Blanchett ("Carol"), Jennifer Lawrence ("Joy") e Saiorse Ronan ("Brooklyn").
"Uma pessoa não pode ter a certeza, mas talvez os atores negros não merecessem entrar na lista final", acrescentou numa entrevista à Europe 1 francesa.
Em relação à hipótese de a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas introduzir quotas, respondeu: "Porquê classificar as pessoas? Atualmente toda a gente é mais ou menos aceite... as pessoas vão dizer sempre: 'Ele, ele é menos bonito'; 'Ele, ele é demasiado negro'; 'Ele é demasiado branco'... alguém vai estar a dizer 'És demasiado...' [isto ou aquilo]... mas temos que tirar daqui que deviam existir imensas minorias em todo o lado?".
Quando a jornalista avançou com a explicação que os elementos negros da indústria cinematográfica se sentem uma minoria, Rampling respondeu: "Sem comentários".
Entretanto, outros nomeados este ano assumiram uma posição diferente sobre a questão da diversidade.
Brie Larson e Mark Ruffalo, este nomeado como secundário em "O Caso Spotligh", sobre a investigação jornalística que desvendou o encobrimento de casos de pedofilia na Igreja Católica, apoiaram nas redes sociais os esforços para aumentar as oportunidades para atores negros e de comunidades étnicas minoritárias na indústria. O segundo desmentiu ainda a intenção de faltar à cerimónia.
"Vou aos Óscares em apoio das vítimas dos abusos sexuais do clero e do bom jornalismo."
Comentários