O Presidente da República lamentou hoje a morte do realizador e produtor de cinema António da Cunha Telles, considerando que foi uma das figuras fundamentais do Cinema Novo português e que "formou o gosto de uma geração".
António da Cunha Telles morreu na quarta-feira aos 87 anos, em Lisboa, disse à agência Lusa a filha, a produtora Pandora da Cunha Telles.
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, fez publicar uma mensagem de pesar no sítio oficial da Presidência da República na Internet, através da qual "envia condolências à família de António Cunha Telles".
Segundo o Presidente da República, o produtor e cineasta, "tendo possibilitado a existência de um cinema mais exigente, também formou o gosto de uma geração, distribuindo algum do mais destacado cinema de autor da década de 1970".
"À família de António Cunha Telles, que deu continuidade ao seu ofício, manifesto o meu pesar e o reconhecimento pelo trabalho de um homem que nos ajudou a sermos do nosso tempo", declara Marcelo Rebelo de Sousa.
Nesta nota, António Cunha Telles é apontado como uma das figuras fundamentais do Cinema Novo português, enquanto produtor.
"Tendo estudado no Institut des Hautes Études Cinématographiques, em Paris, e contactado com os expoentes da Nova Vaga, ocupou depois, em Portugal, várias funções ligadas à sua área de estudos", lê-se no texto.
Como produtor, "acumulou um currículo extensíssimo e distinto" que incluiu "Os Verdes Anos" (1963), de Paulo Rocha, e "Belarmino" (1964), de Fernando Lopes, "obras-chave de uma revolução antes da revolução" em Portugal, e produziu filmes de Pierre Kast ou François Truffaut.
Na mesma nota, acrescenta-se que Cunha Telles se estreou como cineasta de longa-metragem com "O Cerco" (1970), selecionado para o Festival de Cannes, e deixa inédita a sua sexta ficção, "Cherchez la femme".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou-o com o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique realizador em 2018.
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