O funeral do ator francês Alain Delon terá lugar no sábado na cidade de Douchy (centro da França). A cerimónia será celebrada pelo ex-bispo Jean-Michel Di Falco, informou o religioso à France-Presse (AFP).
"Era uma exigência dele", explicou à AFP Di Falco, antigo bispo da cidade de Gap e nome conhecido da Igreja Católica francesa sem adiantar mais pormenores.
Segundo os canais de televisão CNews e BFMTV, a cerimónia começará às 17H00 locais (16H00 de Lisboa) em Douchy, onde o ator morava há várias décadas e onde faleceu no domingo, aos 88 anos.
Delon disse que não queria qualquer tipo de homenagem nacional, mas sim um enterro perto dos seus cães em La Brulerie, a sua propriedade.
Um enterro em propriedade privada exige uma autorização especial que o ator de "O Leopardo" já solicitara, segundo fontes da câmara municipal local.
Uma fonte que acompanha a organização do funeral informou a AFP que a autorização foi concedida à família na terça-feira.
Delon também pediu que apenas as pessoas mais próximas dele comparecessem ao funeral. No momento da sua morte, estavam com ele os três filhos, Anthony, Anouchka e Alain-Fabien.
As autoridades proibiram qualquer tipo de voo sobre La Brulerie até à noite de quarta-feira para não perturbar a tranquilidade da família, que pediu respeito pela privacidade ao anunciar a morte do ator.
O presidente da câmara de Douchy-Montcorbon, que fica 140 km ao sul de Paris, declarou à AFP que a cerimónia poderá realizar-se na igreja local, desde que não aconteça uma aglomeração.
"A igreja é pequena e seria complicado ter pessoas de fora", explicou.
Delon também expressou o desejo de ser acompanhado por Loubo, um pastor belga malinois.
Mas o cão não sofrerá eutanásia, informou na terça-feira a fundação de proteção dos animais fundada pela ex-atriz Brigitte Bardot, que era amiga de Delon.
Os filhos de ator decidiram deixar o cão vivo, em coordenação com a fundação, que terá a missão de lhe encontrar uma nova família.
Embora os três filhos tenham anunciado a morte do pai num comunicado conjunto, as divergências entre eles são notórias, incluindo queixas judiciais separadas nos seus últimos meses de vida.
O bispo Di Falco foi um dos religiosos que celebrou o funeral do ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing em 2020.
D'Estaing também conseguiu autorização, rara na França, para ser enterrado numa propriedade privada.
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