Uma sala de cinema em Henagar, no estado do Alabama, decidiu retirar "A Bela e o Monstro" da sua agenda de futuras estreias.
A decisão foi tomada depois dos seus responsáveis se aperceberem da inclusão de "uma personagem homossexual" no filme com Emma Watson, que estreia em Portugal a 16 de março
"Para aqueles que não sabem, 'A Bela e o Monstro' vai 'estrear' a sua primeira personagem homossexual. O produtor também diz que no fim do filme 'haverá uma surpresa para os casais do mesmo sexo'. Se não podemos levar a nossa neta de 11 anos e o nosso neto de oito a ver um filme, não temos nada de o ver", avançou o cinema Henagar Drive-In Theatre numa declaração na sua página de Facebook que entretanto foi apagada.
"Se não me posso sentar a ver um filme com Deus ou Jesus ao meu lado, então não temos de o exibir. Sei que alguns não vão concordar com esta decisão. Não faz mal. Em primeiro lugar, somos cristãos. Não transigimos no que a Bíblia ensina. Vamos continuar a mostrar filmes orientados para as famílias possam sentir-se à vontade para assistir a títulos saudáveis sem se preocuparem com sexo, nudez, homossexualidade e palavrões. Obrigado pelo vosso apoio!", concluiu a declaração.
A decisão foi tomada ainda antes de serem conhecidos os apelos feitos por um deputado russo, Vitali Milonov, para que o Ministério da Cultura avalie bem o filme a fim de "tomar medidas para vetar totalmente a sua exibição se forem encontrados elementos de propaganda homossexual", descrevendo-o de "descarada propaganda do pecado e das relações sexuais pervertidas" numa carta enviada ao ministro da Cultura Vladimir Medinski.
Numa entrevista que teve grande impacto mediático, o realizador Bill Condon comentou a versão em imagem real do clássico da animação de 1991 será o primeiro título da Disney a ter um "momento exclusivamente gay" em redor da relação entre LeFou (interpretado por Josh Gad) e Gaston (Luke Evans): ao mesmo tempo que o segundo quer conquistar Belle (Emma Watson), o primeiro vive uma luta interna.
"O estúdio está a enviar uma mensagem de que isto é normal e natural – e esta é uma mensagem que será ouvida em todos os países do mundo, mesmo aqueles em que ainda é socialmente inaceitável ou mesmo ilegal ser gay", concluiu o cineasta.
Afinal, não vai acontecer em Henagar, mesmo no interior dos EUA.
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