A organização da recriação histórica que envolve um orçamento de 2,3 milhões de euros por parte da referida autarquia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto destaca também, no balanço da iniciativa, o maior desanuviamento e fluidez do trânsito da cidade, mesmos nos dias de maior afluência, graças à disponibilização de cerca de 10.000 lugares de estacionamento junto às diferentes entradas no recinto.

“A Viagem Medieval manteve uma afluência média diária de 40.000 a 60.000 visitantes e no segundo sábado mais de 70.000 pessoas visitaram o evento. Registaram-se números finais semelhantes às edições anteriores e o excesso de calor em alguns dias penalizou as tardes, mas todas as noites foram fortes”, adiantou o presidente da Câmara Municipal da Feira, Amadeu Albergaria.

O autarca salientou ainda que, das 60 entidades que asseguram as diferentes áreas de atividade do evento, cerca de 40 são da Feira e isso significou que, entre protagonistas e figurantes, “mais de 1.000 feirenses participaram em espetáculos e performances nesta edição”.

Na lista dos espetáculos que motivaram mais procura incluem-se, segundo o autarca, “O Último Cruzado” pela sua “dimensão técnica e estética, impacto e espetacularidade”; “O Conde da Feira”, pela “leveza e empatia que gerou no público famílias”; “Era Uma Vez… D. Afonso V”, que celebrou “10 anos de participação contínua na Viagem”; e “O Grande Torneio”, com cavalaria acrobática francesa que “levou o público ao rubro em inúmeras sessões esgotadas”.

Quanto às áreas temáticas, parte das quais exigindo entrada paga além do bilhete geral de acesso ao recinto, Amadeu Albergaria destacou à Lusa três: o Museu Convento dos Loios com as suas diversas atividades, que atingiram um crescimento superior a 50% comparativamente ao ano anterior; os Banhos de São Jorge, onde se verificou um aumento superior a 12% no número de visitantes e uma “crescente procura de massagens” além do circuito-base; e “A Granja dos Animais”, com “uma afluência largamente superior ao ano passado”, sobretudo a partir do primeiro sábado do evento.

Datas para a Viagem de 2026 ainda não há, mas o presidente da câmara assegura que a edição que vai assinalar os 30 anos do evento voltará a contar com a participação especial e voluntária dos chamados “Filhos da Viagem”, isto é, todas as pessoas nascidas em Santa Maria da Feira desde 1996.

“A forma emocionante como começou a Viagem Medieval deste ano, com a participação dos Filhos da Viagem num espetáculo de abertura contemporâneo, ficará para sempre na memória e tocou todos os que fizeram parte dessa produção”, defende Amadeu Albergaria.

Segundo dados da organização em julho, o orçamento de 2,3 milhões de euros para a edição de 2025 representou um reforço de 600.000 face a 2024 e deveria ser “totalmente pago pelas receitas geradas pelo evento”, nomeadamente pulseiras e bilhetes de entrada, aluguer de espaços, patrocínios e merchandising.

No ano passado, quando o orçamento era de 1,9 milhões de euros, a Viagem faturou 2,2 milhões de euros, para o que contribuíram mais de 650.000 entradas, numa média de 50.000 visitantes por dia. Este ano, a autarquia não disponibilizou os dados de faturação solicitados.