A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood já está a ver o que fazer com o cineasta Paul Haggis após a sua condenação num caso de abuso sexual, confirmaram a newsletter The Ankler e o The Wrap.
Vencedor de dois Óscares por "Colisão", como produtor do Melhor Filme e ainda pelo Argumento Original, a situação do cineasta será analisada em breve após a decisão do júri de uma ação cível em Nova Iorque o condenar a pagar 7,5 milhões de dólares em danos compensatórios e 2,5 milhões em danos punitivos à publicitária Haleigh Breest, que o acusara de a ter violado em janeiro de 2013, quando a visada tinha 26 anos.
"A Academia abordará este assunto de acordo com nossos Padrões de Conduta e os requisitos do devido processo legal [seguir todas as etapas previstas na lei], de acordo com a lei das organizações sem fins lucrativos da Califórnia", disse a Academia em comunicado ao TheWrap.
Desde a criação em 1927, a Academia expulsou cinco pessoas: o ator Carmine Caridi (depois de se ter descoberto que emprestou a um amigo uma cópia de um filme nomeado aos Óscares que acabou por ser divulgada na internet), o produtor Harvey Weinstein, o ator Bill Cosby, o cineasta Roman Polanski e o diretor de fotografia Adam Kimmel (todos por condenações por crimes sexuais).
Paul Haggis, de 69 anos, era acusado desde dezembro de 2017 por Haleigh Breest de avanços indesejados, obrigado a fazer sexo oral e violação, apesar de suplicar para parar.
Durante o julgamento, o realizador testemunhou que era "um ser humano com muitas falhas", mas desmentiu algumas vez abusado de mulheres e que havia sido a publicitária a iniciar o sexo oral numa interação totalmente consensual, referindo que não se lembrava de ter tido relações sexuais.
Os jurados ficaram do lado de Breest, que indicou que sofreu danos psicológicos e profissionais após o encontro com Haggis.
A saída do tribunal, o cineasta disse não ter dinheiro para pagar e prometeu continuar a lutar pela sua inocência.
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