Documentos legais encontrados recentemente, que lançam uma nova luz sobre a separação dos Beatles, serão leiloados a 12 de dezembro, anunciou a casa de leilões Dawsons na segunda-feira.

Embora o rompimento tenha sido atribuído a diferenças criativas, tensões de ciúmes ou à namorada de John Lennon, a japonesa Yoko Ono, os documentos revelam as muitas e complicadas batalhas legais que a lendária banda britânica também enfrentou.

Os documentos, compostos por mais de 300 folhas e que foram descobertos num armário no qual estavam armazenados desde os anos 1970, incluem cópias das atas das reuniões com o assessor do grupo, textos legais e uma cópia da escritura de 1967 com os termos e condições de um acordo entre os membros.

Os escritos mostram que depois da morte do empresário Brian Epstein, em 1967, a banda se deu conta de que não fora contabilizado o dinheiro gerado pelo quarteto e de que era alvo de uma investigação das autoridades fiscais.

Outra batalha legal aconteceu quando Paul McCartney se opôs à decisão dos outros membros da banda de contratar Allen Klein como o seu novo empresário.

Os arquivos descobertos documentam a posterior batalha judicial iniciada por McCartney contra a banda em Londres, em 1970, a qual expôs a má gestão de Klein.

Outros documentos centram-se na saída de Pete Best, baterista do grupo entre 1960 e 1962, e a chegada de Ringo Starr para o seu lugar, os direitos cinematográficos e musicais e a incapacidade de Klein de prestar contas às finanças.

"Ainda que John, Paul, George e Ringo se tenham cansado de ser os Beatles, e quiseram continuar as suas carreiras a solo, deve ter sido um momento difícil para eles", disse Denise Kelly, diretora do departamento de entretenimento e cultura popular da Dawsons.

McCartney disse em 1970 que já não trabalhava com o grupo, mas o processo legal para dissolver a banda não foi finalizado antes de 1974.

A Dawsons espera que a venda dos documentos em leilão na próxima semana supere as 5 mil libras (cerca de seis mil euros, na cotação atual).