Sem elfos, anões ou hobbits, "O Senhor dos Anéis" regressa ao grande ecrã com um novo filme japonês em estilo anime, uma obra que se concentra nos guerreiros humanos do universo fictício de J.R.R. Tolkien.

A estrear esta semana em Portugal, “O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim” decorre quase dois séculos antes dos eventos narrados nos premiados filmes de Peter Jackson, os quais são adaptações dos livros de Tolkien.

Mas, ao contrário das primeiras produções de "O Senhor dos Anéis" (2001-2003), ou da dececionante trilogia "O Hobbit" (2012-2014) que se seguiram do mesmo realizador, desta vez não há anéis mágicos ou poderosos cavaleiros vestidos de preto.

"Se se observar a trilogia original, está a falar de hobbits, elfos, anões e monstros", disse o realizador Kenji Kamiyama numa recente conferência de imprensa.

Em vez disso, o novo filme está "enraizado no drama e na emoção humana (...) na ganância e no poder", explicou o japonês, que trabalhou em versões animadas de "Star Wars" e "Blade Runner".

Os cineastas exploraram as diversas histórias que Tolkien escreveu como notas de rodapé para os seus amados romances.

Logo, encontraram uma breve descrição de uma guerra civil entre um rei e um cavaleiro rebelde.

"Líder"

"A Guerra dos Rohirrim" passa-se em Rohan, o reino de guerreiros cavaleiros com aparência viking, que se destacaram no filme "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres" (2002).

O filme revisita locais chave daquela produção, como o épico campo de batalha do Abismo de Helm, e é narrado por Miranda Otto, que interpretou uma heroica guerreira rohan na primeira trilogia de Jackson.

A trama começa com o ambicioso lorde Freca conspirando para casar o seu filho com Hera, a filha do rei de Rohan.

Quando o orgulhoso monarca rejeita desdenhosamente a oferta, Freca revolta-se contra o trono, mas é mortalmente abatido.

Exilado, o filho promove uma rebelião que desencadeia uma guerra catastrófica no reino.

Embora seja parte central do conflito, Tolkien nem se deu ao trabalho de dar um nome à princesa nas suas notas de rodapé.

Mas a argumentista Phillipa Boyens, que também participou nas trilogias "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit", ficou fascinada pela ideia de expandir esta personagem misteriosa, que testemunha e liga os vários heróis, vilões e batalhas do novo filme.

"Não queríamos que fosse uma princesa guerreira, super-heroína, líder", disse Boyens.

"Queríamos que ela parecesse real. Ela é muito curiosa, comete erros."

Jackson tem um crédito como produtor executivo para este novo projeto, mas "afastou-se" do trabalho diário, incentivando Kamiyama a colocar a sua marca de anime no filme, de acordo com Boyens.

"Em relação à história, obviamente queríamos permanecer fiéis ao universo de Tolkien", disse Kamiyama. "Mas ao mesmo tempo, permanecer fiéis ao que fazemos melhor, que é fazer anime."

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