John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr: cada um terá direito não a um documentário, mas a um filme dramático centrado no seu ponto de vista na extraordinária jornada dos Beatles.
Os filmes serão dirigidos por Sam Mendes, o vencedor dos Óscares por "Beleza Americana" e que fez "1917" e dois 007, "Skyfall" e "Spectre".
A ambição é grande pois não envolve uma plataforma de streaming: os filmes serão produzidos para os cinemas e lançados no mesmo ano, financiados e distribuídos pela Sony Pictures Entertainment.
Os Beatles já foram o tema de vários documentários, incluindo “Let It Be” e “Get Back”, e inspiraram ficções como "Across the Universe" e "Yesterday", mas esta é a primeira vez que dão o seu apoio total a filmes de ficção sobre as suas vidas.
“Estou honrado por contar a história da maior banda de rock de todos os tempos e entusiasmado por desafiar a noção do que constitui uma ida aos cinemas”, destacou Mendes no comunicado.
"Pretendemos que esta seja uma experiência cinematográfica épica e emocionante: quatro filmes, contados a partir de quatro perspetivas diferentes, que contam uma única história sobre a banda mais célebre de todos os tempos. Ter a bênção dos Beatles e da Apple Corps Limited para fazer isso é um enorme privilégio", destacou a produtora Pippa Harris.
Ainda sem atores anunciados, os quatro filmes serão lançados todos em 2027, numa estratégia que a Sony promete que será inovadora.
"Os eventos cinematográficos de hoje devem ser culturalmente sísmicos. A ideia ousada e em grande escala do Sam é isso e muito mais. Unir a sua equipa de cineastas de primeira linha com a música e as histórias de quatro jovens que mudaram o mundo irá agitar o público em todo o mundo", referiu Tom Rothman, o presidente executivo do estúdio.
As incursões mais famosas dos Beatles na ficção foram nos seus primeiros anos, com cinco filmes entre 1964 e 1970, com destaque para “A Hard Day’s Night” ("Os Quatro Cabeleiras do Após-Calipso" em Portugal, 1964) e a animação “O Submarino Amarelo” (1968).
As tentativas de dramatizar a história dos Beatles têm sido mais esporádicas e menos impactantes.
Um filme biográfico de 1979, feito quando Lennon ainda estava vivo, chamado “The Birth of the Beatles”, foi produzido com o baterista original dos Beatles, Pete Best, como conselheiro.
O drama independente de 1994, “Backbeat”, narrou o relacionamento de Lennon com Stuart Sutcliffe antes dos Beatles se tornarem famosos. “Nowhere Boy” (2009) estrelou Aaron Taylor-Johnson como o adolescente Lennon.
O sucesso de "Bohemian Rhapsody", sobre os Queen, juntamente com "Rocketman" (sobre Elton John) e, embora ficcional, "Assim Nasce Uma Estrela", lançou uma autêntica vaga de filmes para os cinemas que juntam música e as vidas dos seus artistas, de que se destacam os recentes "Elvis" e "Bob Marley: One Love", este último atualmente nos cinemas.
Em abril, estreia “Back to Black”, sobre Amy Winehouse, enquanto Antoine Fuqua está a rodar um filme sobre Michael Jackson e Ridley Scott prepara-se para contar a história dos Bee Gees.
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