“Estou profundamente triste por anunciar a morte do meu marido, o grande ator Niels Arestrup, após uma corajosa batalha contra a doença. Faleceu rodeado pelo amor da sua família”, escreveu a Isabelle Le Nouvel , num comunicado de imprensa.
Figura incontornável nos filmes de Jacques Audiard, como “De Tanto Bater o Meu Coração Parou” (2005) e “Um Profeta” (2009), com os quais venceu dois prémios César, o mais prestigiado prémio do cinema francês, para melhor ator secundário.
Niels Arestup foi também um dos principais atores da série televisiva “Baron Noir” (2016), uma criação original do Canal + , cuja ação se centrava na história de um futuro presidente francês e de um dos seus amigos, o presidente de câmara de uma pequena cidade no norte da França, segundo a base de dados de cinema imdb.
Em 2014, o ator franco-dinamarquês conquistou o terceiro César para melhor ator secundário, com “Palácio das Necessidades”, uma comédia política do realizador francês Bertrand Tavernier, baseada numa banda desenhada de Christophe Blain e Abel Lanzac, pseudónimo do diplomata Antonin Baudry.
A série inspirava-se na experiência do antigo diplomata como escritor de discursos para o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Dominique Villepin, segundo consta na base de dados sobre cinema imdb.
Niels Arestrup foi ainda nomeado três vezes para o prémio César de melhor ator secundário pelos filmes “Em Busca de uma Nova Vida” (2011), “Diplomacia” (2015) e “Até Nos Vermos Lá em Cima” (2018).
“Os Escafandro e a Borboleta” (2007), “Cavalo de Guerra” (2011) e “Diplomacia” (2014) foram outros dos filmes interpretados por Niels Laresdrup.
No teatro, venceu o prémio Globos de Cristal 2017 para melhor ator pelo desempenho na peça "Atuação" e, em 2020, venceu o Prémio Molière, considerado um dos mais prestigiados prémios de teatro em França, pela interpretação em "Red". Em 2000 já fora nomeado para a mesma categoria do prémio Moliére, com "Copenhaga", em 2006 com "Cartas a um jovem poeta" e, em 2012, com "Diplomacia".
Niels Arestrup nasceu a 8 de fevereiro de 1949, em Montreuil, França, filho de pai dinamarquês que tentou emigrar para os Estados Unidos, mas que ficou em França para casar.
O ator cresceu num ambiente muito modesto nos anos 1950, nos arredores de Paris, pois o pai era operário na região de Bagnolet.
“Como se pode imaginar, sendo filho de um operário de Bagnolet nos anos 1950, o espetáculo, o teatro e o cinema não me passavam pela cabeça”, declarou o ator ao jornal Le Figaro em 2021.
Desenvolveu, todavia, a paixão pelo teatro através de aulas com a atriz francesa Tania Balachova, tendo-se mantido fiel aos palcos durante quase meio século, rejeitando a celebridade.
“Quando comecei a trabalhar no ramo, os diretores de teatro escolhiam uma peça e depois pensavam no elenco. Agora é ao contrário: procuram uma estrela e só depois a peça que a pode acompanhar”, lamentou Niels Arestrup ao Le Monde em 2019.
Comentários