
O primeiro passo na reabilitação da carreira de Jonathan Majors começa com a estreia a 21 de março de muito adiado filme “Magazine Dreams” em cerca de 800 cinemas da América de Norte.
Aclamado filme revelado no Festival de Sundance e visto com potencial para os Óscares, a estreia original a 8 de dezembro de 2023 foi cancelada após o ator ser detido a 25 de março desse ano e condenado num caso de violência doméstica envolvendo a sua então namorada dentro de um automóvel em Manhattan: agressão de terceiro grau, causando lesões físicas de forma imprudente e assédio de segundo grau.
Em abril de 2024, foi sentenciado a uma pena suspensa, com a obrigação de participar num curso de um ano sobre violência doméstica e continuar com sessões de terapia. Por esta altura, o filme já perdera a Searchlight Pictures (divisão da Disney) como distribuidora e o caso parara uma carreira que ia numa trajetória fulgurante com as estreias no espaço de pouca semanas de "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" e "Creed III": considerado um dos atores mais talentosos da sua geração, foi despedido pela Marvel, perdeu todos os projetos na agenda e representantes no espaço de poucas semanas, além de ver afastarem-se várias marcas e entidades com quem tinha parcerias.
Na campanha de lançamento de “Magazine Dreams”, com uma nova distribuidora independente, Jonathan Majors deu a primeira entrevista desde que foi sentenciado, falando sobre as consequências do julgamento, o abuso sexual que sofreu na infância que levou à depressão na idade adulta, como está agora a sua vida e, claro, a esperança de voltar a trabalhar em Hollywood.
A revista de referência da indústria The Hollywood Reporter falou com 19 pessoas ligadas ao ator, incluindo uma antiga namorada que não está convencida que a pena tenha sido suficiente para a sua reabilitação.
Entre apoios públicos de antigos colegas como Whoopi Goldberg e Matthew McConaughey, destaca-se ainda o do realizador e parceiro nos "ringues" de "Creed III".
“Adoraria que fizéssemos o 'Creed IV' juntos – entre outros projetos”, disse Michael B. Jordan.
O comentário está a chamar a atenção porque o ator já tinha falado favoravelmente do colega após a sua "situação difícil" numa entrevista à revista GQ em fevereiro, referindo que tinha "orgulho na sua resiliência e força" e, sem mencionar a saga, voltaria a trabalhar com ele sem hesitação.
A pergunta é se Michael B. Jordan tem poder de influência suficiente ou é realista esperar a aprovação do estúdio Amazon MGM para nova sequela com o envolvimento de Jonathan Majors como Damian Anderson.
A revista ouviu uma "proeminente diretora de casting de grandes filmes de Hollywood", que acha que o ator tem uma batalha difícil pela frente para reconstruir a carreira após a condenação.
"Se ['Magazine Dreams'] estrear e for um grande sucesso, então toda a gente vai reavaliar. Talvez não nos estúdios, talvez não nas empresas públicas, mas do setor independente. Olha-se para um tipo como o Jonathan Majors, ele é talentoso? Absolutamente. Mas há mais alguém que possa preencher o lugar? Provavelmente. Há muitas pessoas realmente talentosas por aí e há cada vez menos projetos, por isso, com exceção de um grupo muito pequeno, as pessoas são substituíveis.”, explicou, acrescentando ter a convicção que o padrão exigido aos atores negros em Hollywood é diferente do que é aplicado aos brancos.
"Magazine Dreams", sobre um culturista que sonha com o estrelato, não tem estreia anunciada em Portugal.
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