
"Cutting Through Rocks", de Sara Khaki e Mohammadreza Eyni, venceu o prémio Jean-Loup Passek para melhor longa-metragem internacional, anunciou a organização este domingo, 3 de agosto.
No filme, a dupla conta a história de Sara Shahverdi, a primeira vereadora eleita de uma aldeia iraniana, que tenta quebrar as tradições patriarcais ao ensinar raparigas adolescentes a andar de mota e acabar com casamentos infantis.
“Um testemunho poderoso revelador das diferentes camadas de resistência e transformação no Irão contemporâneo em constante tensão geopolítica e social”, descreve a organização.

A dinamarquesa Birgitte Stærmose recebeu a menção honrosa nesta categoria, com "Afterwar", um “projeto tocante” filmado ao longo de 15 anos e que acompanhou um grupo de crianças “desde o tempo em que vendiam cigarros e amendoins nas ruas de Pristina (Kosovo) até à sua vida adulta”.
A melhor curta ou média-metragem do prémio Jean-Loup Passek foi atribuída a "Al Basateen", de Antoine Chapon, e a portuguesa Cláudia Varejão foi distinguida com o prémio de melhor documentário português pela obra "Kora", sobre mulheres refugiadas a viver em Portugal. Em "Al Basateen", o realizador francês partilha as memórias de dois antigos moradores do distrito de Basateen al-Razi (Síria), cujos pomares foram arrasados como castigo pela revolta da população contra o regime.
O prémio FIPRESCI, concedido por críticos de cinema da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica, foi atribuído ao filme "My Memory is Full of Ghosts" (visto pelo SAPO Mag no festival), do palestiniano radicado na Síria Anas Zawahri, que conquistou também o Prémio D. Quixote, da Federação Internacional de Cineclubes, para melhor longa-metragem.

Na categoria de melhor curta-metragem, o Prémio D. Quixote foi atribuído à obra "Beneath Which Rivers Flow", do iraquiano Ali Yahya.
O júri do prémio Jean-Loup Passek foi composto por Jurek Sehrt, Noé Mendelle, Paulo Portugal, Renata Ferraz e Sandra Ruesga. No prémio FIPRESCI, votaram Barbara Lorey, Teresa Vena e Marina Kostova. O Prémio D. Quixote contou com Jens Schneiderheinze, Joan Marc Tomàs e Manuel Mozos como jurados.
“Entre 28 de julho e 3 de agosto, o júri teve a oportunidade de apreciar as 16 curtas e médias-metragens e 17 longas-metragens (28 foram estreias nacionais)”, refere a organização em comunicado.
Também segundo a organização, o festival contou, este ano, com mais de 4.500 espectadores e a presença de mais de 15 realizadores e produtores.
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