O Governo lamentou hoje “profundamente” a morte de Eduardo Serra, “o mais internacional dos diretores de fotografia portugueses”, elogiando a “sua carreira ímpar”.

"Ao longo de uma carreira ímpar, iluminou plateias do cinema europeu e de Hollywood com sensibilidade, rigor e elegância”, escreveu a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, na rede social X (antigo Twitter).

A governante acrescentou que "a sua visão artística, reconhecida por nomeações aos Óscares, BAFTA e pela Ordem do Infante D. Henrique, deixa um legado duradouro".

A ministra reagia à morte do diretor de fotografia Eduardo Serra, aos 81 anos, anunciada pela Academia Portuguesa de Cinema.

Morreu Eduardo Serra, o mais internacional dos diretores portugueses de fotografia
Morreu Eduardo Serra, o mais internacional dos diretores portugueses de fotografia
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Nascido em Lisboa em 1943, Eduardo Serra é o mais internacional dos diretores portugueses de fotografia, tendo sido nomeado duas vezes para os Óscares, pelos filmes "As Asas do Amor", de Iain Softley, e "Rapariga com Brinco de Pérola", de Peter Webber, que lhe garantiu o prémio BAFTA da Academia Britânica de Cinema.

A carreira internacional de Eduardo Serra teve início em França, onde se fixou em 1963, na sequência da perseguição de que foi alvo por participar em protestos contra a ditadura, recorda hoje a Academia Portuguesa de Cinema, que anunciou a morte do diretor de fotografia nas redes sociais, na noite de quinta-feira.

Entre os filmes que marcaram o seu percurso contam-se "Harry Potter e os Talismãs da Morte", partes 1 e 2, "Diamantes de Sangue", de Edward Zwick, “Belle du Seigneur”, de Glenio Bonder, e “A Promise”, de Patrice Leconte.

No cinema português, assinou a fotografia de obras como "Sem Sombra de Pecado" e "A Mulher do Próximo", de José Fonseca e Costa, "O Processo do Rei", de João Mário Grilo, "Amor e Dedinhos de Pé", de Luís Filipe Rocha, e "O Delfim", de Fernando Lopes.

Eduardo Serra recebeu os graus de comendador e de grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 2004 e 2017, respetivamente, e o Prémio Sophia de Carreira, em 2014, da Academia Portuguesa de Cinema.

"Figura de referência maior no cinema mundial", Eduardo Serra "levou consigo a visão de um artista português que soube dialogar com cineastas de várias geografias, do cinema de autor europeu às grandes produções internacionais", conclui a mensagem da Academia Portuguesa de Cinema.