Apesar de Gina Carano ter sido despedida em fevereiro de 2021 por causa da publicação de mensagens polémicas nas redes sociais, a sua personagem da mercenária Cara Dune continua a fazer parte de "Star Wars: The Mandalorian”, revelou a equipa da série que regressa esta quarta-feira ao Disney+ para a terceira temporada.
“Cara foi uma grande parte e continua como personagem a fazer parte do mundo. [A saída da atriz] Tinha que ser abordada na parte criativa e [Jon Favreau] teve tempo para pensar sobre isso”, disse o produtor executivo e realizador Rick Famuyiwa ao Deadline.
"Foi algo que foi discutido porque sabíamos que teria impacto na série, mas, ao mesmo tempo, o que tem sido a alma da série são as duas personagens – Din Djarin [O Mandalorian de Pedro Pascal] e Grogu [Baby Yoda] – portanto, no fim de contas, pareceu a manutenção disso e em redor dos Mandalorians", continuou.
Sobre Cara Dune continuar a ser uma caçadora de recompensas pelo universo "Star Wars", Dave Filoni, produtor e diretor criativo da Lucasfilm, respondeu: "É uma grande galáxia e temos muitas personagens nela - muitas personagens estão a lutar pelo seu tempo no ecrã. Vamos ter apenas de ver como a temporada se desenrola, quais são as aventuras, mas é uma grande personagem, alguém que foi vital para o início de Din Djarin; vamos ver se ele evoluiu para lá disso”.
"Agora a temporada 3 está principalmente a lidar com Mandalorians e a saga Mandalorian, a história Mandalorian. Existem personagens diferentes que ele conheceu desde que a Bo-Katan ganhou mais visibilidade, o que faz sentido para a direção do seu arco narrativo, especificamente a história dele e de Grogu", acrescentou.
Nos meses que antecederam o seu despedimento em fevereiro de 2021, Gina Carano intensificou a sua polémica atividade nas redes sociais com a oposição ao uso de máscaras durante a pandemia, o gozo com o uso de pronomes neutros e questionando a legitimidade das eleições presidenciais nos EUA.
A Lucasfilm decidiu desvincular-se após ter partilhado a 10 de fevereiro uma mensagem onde comparava pertencer ao Partido Republicano nos EUA (conservador) a ser judeu durante a Segunda Guerra Mundial.
No dia a seguir, a produtora anunciou que a atriz não trabalhava com o estúdio e não havia "planos para ela no futuro".
"No entanto, as suas mensagens nas redes sociais a denegrir pessoas por causa das suas identidades culturais e religiosas são repugnantes e inaceitáveis”, referia o comunicado do estúdio que pertence à Disney.
Em resposta, Gina Carano disse que estava a ser vítima de "cancel culture".
Um mês depois, numa conferência de acionistas, o então diretor executivo da Disney rejeitou que a atriz tivesse sido despedida por razões políticas.
"Não vejo realmente a Disney caracterizando-se como tendo inclinações de esquerda ou direita", disse Bob Chapek, que justificou nas entrelinhas o despedimento ao dizer que a Disney "representa valores que são universais, valores de respeito, valores de decência, valores de integridade e valores de inclusão".
"E procuramos que não só a forma como agimos, mas o conteúdo que fazemos reflita a rica diversidade do mundo em que vivemos. E acho que é um mundo em que todos devemos viver, de harmonia e paz", concluiu.
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