Miguel Ferrer morreu vítima de cancro esta quinta-feira. Tinha 61 anos.
O veterano ator interpretava Owen Granger, diretor assistente do NCIS, na popular série "Investigação Criminal: Los Angeles" desde 2012 e foi o chefe de Jill Hennessy na série "Crossing Jordan" entre 2001 e 2007.
Foram dois raros papéis do lado da justiça para o filho mais velho de José Ferrer, que ganhou um Óscar em 1950 por "Cyrano de Bergerac" e da cantora Rosemary Clooney, e primo de George Clooney, que lamentou o desaparecimento no mesmo dia da transição presidencial nos EUA.
"Hoje a história marcará grandes mudanças no nosso mundo e perdas para muitos, no mesmo dia em que Miguel Ferrer perdeu a sua batalha para o cancro na garganta. Mas não perdeu para a sua família. Miguel tornou o mundo mais vivo e engraçado e o seu desaparecimento é de tal forma sentido na nossa família que acontecimentos do dia (acontecimentos monumentais) empalidecem em comparação. Amamos-te, Miguel. Vamos amar-te sempre".
A carreira de Miguel Ferrer começou com pequenas participações como convidado em séries e tornou-se conhecido principalmente por papéis de vilão ou, pelo menos, personagens menos escrupulosas.
A mais famosa de todas é, sem dúvida, a de Bob Morton, o ambicioso designer do RoboCop no filme de Paul Verhoven "Robocop - O Polícia do Futuro" (1987), mas também se pode juntar Shan Yu, líder dos Xiongnu, a que deu voz na animação "Mulan" (1998).
No grande ecrã, teve ainda papéis secundários em "Fórmula Secreta" (1983, Bruce Malmuth), "Heartbreaker" (1983, Frank Zuniga), "Star Trek III: A Aventura Continua" (1984, Leonard Nimoy), "O Anjo das Sombras" (1990, William Friedkin), "Vingança" (1990, Tony Scott), "Tráfico Humano" (1992, David Marconi, o único filme como protagonista), "A Assassina" e "Debaixo de Olho II" (1993, John Badham), "Ases pelos Ares 2" (1993, Jim Abrahams), "Traffic - Ninguém Sai Ileso" (2000, Steven Soderbergh) ou "O Candidato da Verdade" (2004, Jonathan Demme).
Mais recentemente entrou no universo cinematográfico da Marvel como vice-presidente dos EUA em "Homem de Ferro 3" (2013).
Outra contribuição que deu à indústria é menos conhecida, mas não pelos seus pares: o talento vocal ao serviço de inúmeros trailers e anúncios de televisão.
Para além de "Crossing Jordan" e "Investigação Criminal: Los Angeles", entre os muitos trabalhos que teve em televisão destaca-se um especial: o do agente do FBI Albert Rosenfeld na série de culto "Twin Peaks" (1990-91), co-criada por David Lynch e Mark Frost, que repetiu no filme "Twin Peaks: Os Últimos Sete Dias de Laura Palmer" (1992) e retomou na nova temporada, com estreia prevista para 21 de maio no canal Showtime.
Para a mesma dupla participou ainda em "On the Air" (1992), outro projeto televisivo que terminou ao fim de apenas sete episódios.
Mark Frost reagiu no Twitter, enviando as suas condolências e falando "de uma morte na família", enquanto Jill Hennessy recordou um colega que respeitava todos e era um grande contador de histórias que fazia todos rir até às lágrimas nas pausas de gravação das cenas de grande gravidade.
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