Harrison Ford poucas vezes apostou em papéis na televisão desde que "Star Wars" o tornou uma estrela. Mas quase cinco décadas depois, isso está prestes a mudar com o western "1923".
Uma série derivada de "Yellowstone", uma saga moderna de cowboys que se tornou um raro sucesso de audiência da TV por cabo americana, "1923" acompanha os antepassados do poderoso clã Dutton e o seu rancho em Montana.
"É uma tarefa muito complicada e ambiciosa - épica, até - esta história", disse Ford à France-Presse durante o evento de estreia da série, que será transmitida pela Paramount+ a partir de 18 de dezembro.
Ford, que passou anos vivendo papéis repetitivos na televisão antes de interpretar Han Solo na saga "Star Wars" e o aventureiro Indiana Jones, explicou o que o convenceu a afastar-se temporariamente do grande ecrã.
"O argumento. A história. Uma personagem complexa. Trabalhar com atores incríveis. Trabalhar ao ar livre!", brincou.
E Ford não é o único grande nome do elenco de "1923".
O ator e a vencedora do Óscar Helen Mirren interpretam Jacob e Cara Dutton, respetivamente, um casal de longa data que luta para proteger as suas terras e o seu gado de ursos, lobos e vizinhos ciumentos. Timothy Dalton dá vida ao vilão da série.
Ford volta aos cinemas no ano que vem em "Indiana Jones e o Marcador do Destino" (título em Portugal confirmado) e a seguir em vários filmes de super-heróis da Marvel.
A presença destes atores em "1923" é parte de uma forte tendência na indústria do entretenimento. Estrelas de cinema, de Al Pacino a Meryl Streep, migraram para o pequeno ecrã para fazer parte da chamada "era de ouro da televisão".
A chegada dos gigantes do streaming Netflix, Amazon Prime e Apple TV+ desenvolveu um espaço de trabalho competitivo e lucrativo, que levou outros canais a seguir o exemplo.
"É apenas seguir a boa escrita", disse Ford. "A boa escrita pode ser encontrada em filmes e na televisão, e acabei encontrando grandes histórias na televisão. Foi isso que me fez querer fazer", contou.
"História dos Estados Unidos"
Mas poucas séries tiveram o sucesso de "Yellowstone" nos últimos anos.
No mês passado, a estreia da quinta temporada bateu recordes de audiência, atraindo 12 milhões de telespectadores para a relativamente pequena rede por cabo Paramount Network.
Exibida desde 2018, a série, que agrada ao coração conservador dos EUA, já lançou outro 'spin off' sobre a família Dutton chamado "1883", protagonizado por Sam Elliott, Tim McGraw e Faith Hill.
Mas "esta saga em particular dos Dutton tem um tipo de personagem diferente das duas anteriores", observou Ford, em referência à "1923".
"Cada uma delas tem uma personagem que eu acho realmente interessante e poderoso", explicou.
Para Helen Mirren, "1923" parece menos uma produção do Velho Oeste e mais "um extenso romance russo", cuja ascendência ela partilha.
"É uma perspetiva maravilhosa e um ensaio sobre a história dos EUA", definiu a atriz.
Por sua parte, Timothy Dalton comentou como a verdade sobre os pioneiros no Oeste "não foi contada honestamente".
"Ela revestiu-se de idealismo (...) as pessoas não são muito boas quando estão em más circunstâncias", apontou o ator.
A questão de quem é o dono do majestoso Oeste dos EUA é um tema comum nas séries "Yellowstone", que retratam tanto nativos americanos, quanto fazendeiros.
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