A atriz e ativista está na Web Summit por causa do projeto social Studio 189, de promoção de conteúdos e marcas de origem africana, criação de emprego e apoio à educação em países daquele continente.
Por causa dos recentes casos denunciados de assédio sexual em Hollywood, Rosario Dawson disse que as mulheres têm agora mais oportunidades para "se chegarem à frente e denunciarem".
"Existe assédio na política, no cinema, no trabalho. Há mulheres que ganham dois dólares à hora, sofrem todo o tipo de assédio e não fazem nada porque precisam de ganhar dinheiro. Enquanto culturalmente deixarmos que isso aconteça em diferentes áreas isso vai continuar", disse.
Rosario Dawson, 38 anos, que já trabalhou com realizadores como Larry Clark, Oliver Stone e Spike Lee, tem canalizado alguma da visibilidade como atriz para causas sociais, nomeadamente o movimento V-Day, associado à peça de teatro "Monólogos da vagina", angariação de fundos para apoiar grupos de mulheres anti-violência.
O assédio "era inaceitável no passado, mas as pessoas toleravam, o que não quer dizer que continuemos a tolerar. Tolerámos quem fazia, mas também quem deixava que acontecesse e deixasse que fosse um segredo que todos conheciam. Era a norma. E já não é", afirmou à Lusa.
Para a atriz, vive-se um tempo de "vergonha, culpa, medo, raiva, mas também de entusiasmo".
"Adorava que a minha avó estivesse viva e visse estas mudanças que estão a acontecer. Isto é uma coisa muito importante. Ver que há pessoas que estão a ser despedidas, empresas que estão ser multadas e a fecharem" por causa de casos de assédio moral ou sexual.
A Web Summit, a cimeira tecnológica de inovação e empreendedorismo, termina hoje em Lisboa.
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