No ano em que se assinala o centenário de nascimento de Alexandre O´Neill, o LU.CA apresenta, em estreia nacional, o espetáculo “Um Poeta em Forma de Assim: Visita Guiada à Cabeça de O´Neill”.
Em cena entre 8 e 24 de novembro, o espetáculo propõe uma “visita teatral pelos objetos desta invulgar ‘cabeça-museu’”, onde se vai “conhecer de perto a forma de ser e escrever do poeta”.
A criação e interpretação é de Malu Vilas Boas, o texto de Ana Markl e Luís Leal Miranda, o apoio à criação de Sara Inês Gigante, a cenografia e adereços de Lavandaria, e a música e sonoplastia de Alexandra Cuecas.
A programação em torno de Alexandre O’Neill começou dia 4, com a programação online, disponível no Spotify do LU.CA, “uma espécie de banda sonora para um filme que não existe”, mas que os jovens podem ir fazendo na sua cabeça.
As récitas de dias 22 e 23 terão interpretação em Língua Gestual Portuguesa e a de dia 24 audiodescrição.
“Sobre o museu que esconde a cabeça de O´Neill”, a Lavandaria e Luís Leal Miranda criaram também “uma exposição fantasiada de Loja a Fingir do Museu Imaginário”, patente no entrepiso do teatro de segunda a sexta-feira, de 08 de novembro a 01 de dezembro.
Uma oficina para famílias, por Ana Ribeiro, com edições agendadas para 9, 16 e 23 de novembro, direcionada para crianças dos 4 aos 6 anos acompanhadas por um adulto e inspirada nos “Divertimentos com Sinais Ortográficos”, de Alexandre O’Neill, consta também do ciclo.
A nível da programação ‘online’ do ciclo, há destaque ainda para “Poemas para Estes Dias”, com dois poemas de Alexandre O’Neill, interpretados por Miguel Fragata e Pedro Mourão.
Com “vídeopoemas” ilustrados e animados por Eduarda Lima, os a iniciativa terá música de Philippe Lenzini, e estará disponível, dias 6 e 20 de novembro, nas plataformas digitais do LU.CA.
Nascido em dezembro de 1924 em Lisboa, Alexandre O’Neill foi escriturário até 1952, começou a escrever prosa e poesia para vários jornais em 1957 e iniciou-se como redator de publicidade em 1959.
Ficaram famosos alguns slogans que criou, ainda que por vezes chumbados por quem lhos pedia, como é o caso de "Há mar e mar, há ir e voltar”, encomendado pelo Instituto de Socorros a Náufragos, para uma campanha de prevenção de afogamentos, que terá recusado a primeira versão criada por O’Neill: "Passe um verão desafogado”.
Cofundador do Grupo Surrealista de Lisboa – juntamente com Mário-Henrique Leiria, Mário Cesariny, António Pedro e José-Augusto França -, do qual se afastou depois, foi detido pela polícia política do Estado Novo em mais do que uma ocasião.
Escreveu letras de canções, para televisão, cinema e teatro. Foi distinguido, em 1982, com o Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários.
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