O grupo Porto Editora apresentou hoje, em Lisboa, as novidades editoriais para o último quadrimestre deste ano, que incluem o regresso de Julieta Monginho à escrita com o romance “Corpo Vegetal”, disponível a partir de dia 19 de setembro, sobre a dicotomia do consentimento versus o abuso sexual, incluindo as suas repercussões jurídicas.

Ainda neste mês, será publicado um novo livro de Bruno Paixão, “Os trinta nomes de Deus”, que reimagina a espiritualidade e a procura pela verdade.

Em outubro, Teolinda Gersão assina “Autobiografia não escrita de Martha Freud”, obra centrada na correspondência privada entre Martha e Sigmund Freud, especialmente nos seus quatro anos de noivado, entre 1882 e 1886.

Na ficção internacional, um dos destaques da editora vai para a publicação de “O osso de prata”, de Andrei Kurkov, um ‘thriller’ histórico em pleno rescaldo da revolução russa, que esteve nomeado para o Prémio Booker Internacional deste ano.

A Nobel da Literatura Annie Ernaux está também de volta ao catálogo da coleção Dois Mundos com “Outra Filha”, um livro-carta no qual escreve à irmã que nunca conheceu, falecida em criança e de cuja existência só tomou conhecimento aos dez anos.

Na mesma coleção, saem ainda as memórias de infância de Jean-Paul Sarte, “As palavras”, originalmente publicadas em 1964, obra com que alterou os padrões da abordagem memorialista e autobiográfica da literatura, num caso único na sua carreira, marcado pelo sentido cívico, moral e social de ofício de escrever.

A coleção Contemporânea publica “Inyenzi ou As Baratas”, a memória pessoal de Scholastique Mukasonga, sobrevivente do genocídio do Ruanda, trinta anos depois.

A autora estará em Portugal em outubro, no âmbito do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, juntamente com Burhan Sönmez, cujo “Pedra e Sombra” foi publicado na primavera.

Na mesma coleção, será publicado o romance “A Picada de Abelha”, de Paul Murray, finalista de várias distinções, incluindo o Prémio Booker.

Nestes últimos meses do ano, a Porto Editora celebra algumas figuras ímpares da literatura clássica portuguesa, começando já em setembro com Sebastião da Gama, pelo centenário do seu nascimento, com a publicação de “O Inquieto Verbo do Mar” que reúne, pela primeira vez, toda a poesia conhecida do poeta natural de Azeitão, que cantou o amor à natureza, numa obra prefaciada por João Reis Ribeiro.

Assinalando os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, a Assírio & Alvim publica em outubro o volume “Teatro”, com edição de Sérgio Guimarães de Sousa, que apresenta a dramaturgia completa e uma faceta menos conhecida do autor de “Os Lusíadas”.

Já em novembro, outro centenário será assinalado, o do poeta Alexandre O’Neill, com a publicação autónoma dos seus livros de poesia “Tempo de Fantasmas” e “No Reino da Dinamarca”.

Outro dos destaques para esse mês é a edição, na Assírio & Alvim, de “História do Surrealismo”, de Maurice Nadeau, que dá a conhecer a obra que terá inspirado o primeiro grupo surrealista português.

A aposta na poesia inédita portuguesa não será descurada neste último quadrimestre, graças à publicação de títulos como “Fístula” (Diniz Conefrey), “A Flor Cadáver” (Jorge Sousa Braga), “Adrenalina” (Filipa Leal) e “O Centro da Terra” (José Tolentino Mendonça).

No campo dos ‘thrillers’, a Porto Editora assinala o lançamento de mais um livro de Camilla Läckberg, “Sonhos de bronze”, e outro de Sarah Pearse, “O parque”.

Com um olho nas novas tendências ditadas pelas redes sociais, a Porto Editora traz para Portugal alguns dos livros de maior sucesso entre o público jovem adulto, na sua coleção Singular, como é o caso de “A Viagem de Billie”, romance nomeado para livro do ano na Alemanha, em 2023, de Elena Fischer.

“O Ministério do Tempo”, livro de ficção científica de Kaliane Bradley, e “Bela Maneira de Morrer”, uma história de crime e suspense, da autoria de Bella Mackie, são outras novidades neste segmento.