Em 2013, Scarlett Johansson participou no filme "Uma História de Amor" (2013), de Spike Jonze, como a voz de Samantha, a assistente virtual com Inteligência Artificial de um sistema operativo com quem um homem solitário (Joaquin Phoenix) começava uma relação.
Numa nota de ironia, a atriz norte-americana vai avançar com um processo contra uma app de IA que usou o seu nome e imagem sem autorização para um anúncio.
Segundo a imprensa norte-americana, o anúncio de 22 segundos colocado no sábado na rede social X/Twitter e entretanto removido usa imagens de um vídeo dos bastidores da rodagem de "Viúva Negra" em que a atriz diz "What’s up guys? It’s Scarlett and I want you to come with me…" ["Tudo bem? É a Scarlett e quero que venham comigo...", em tradução aproximada].
A seguir, um gráfico esconde a sua boca nesta promoção à app "Lisa AI: 90s Yearbook & Avatar" e o ecrã passa para fotografias geradas por IA que se parecem com ela e ouve-se uma voz a imitá-la para dizer “Não se limita apenas aos avatares. Também pode criar imagens com textos e até mesmo vídeos de IA. Acho que não deve perder".
Surge ainda uma nota que diz "Imagens produzidas pela Lisa AI. Não tem nada a ver com esta pessoa".
Sem surpresa, o advogado da atriz diz que esta não assinou um contrato para ser porta-voz da app e as imagens da produção da Marvel foi usado sem a sua autorização.
“Não encaramos estas coisas de forma leve. Seguindo a nossa orientação habitual nestas situações, vamos lidar com isto recorrendo a todos os meios legais que tivermos”, disse Kevin Yorn em comunicado enviado à revista Variety.
No início de outubro, o ator Tom Hanks e a apresentadora da estação CBS Gayle King alertaram os seus seguidores sobre anúncios que apresentaram impostores criados por IA
"Cuidado", disse Hanks numa partilha no Instagram que evidentemente mostrava uma cópia de uma versão digital de si não autorizada.
"Há um vídeo por aí a promover um Plano de Saúde Dental com uma versão minha de IA. Não tenho nada a ver com isso", escreveu.
Já Gayle King, uma das apresentadoras do famoso programa "CBS Mornings", partilhou o que dizia ser um vídeo falso de si a incentivar os espectadores a clicar num endereço para saber mais sobre o seu "segredo" de perda de peso.
“Não tenho nada a ver com esta empresa”, disse King na sua partilha no Instagram.
"Nunca ouvi falar deste produto nem o usei! Por favor, não se deixem enganar por estes vídeos de IA", acrescentou.
As salvaguardas contra o uso da IA para replicar talentos do ecrã estavam entre as questões debatidas durante a greve dos argumentistas que paralisou Hollywood até um recente acordo provisório.
O tema também está presente na greve em curso dos atores de Hollywood que ainda não foi resolvida.
Os programas de IA irromperam com força no final do ano passado, com o ChatGPT a demonstrar a capacidade de gerar ensaios, poemas e conversas a partir de breves instruções.
Os modelos de IA adicionaram recursos, como a capacidade de gerar imagens digitais sob comando, aumentando o receio de que a tecnologia será usada para criar imagens e vídeos “falsos” que enganam as pessoas, fazendo-as pensar que são reais.
Os gigantes da tecnologia Google, Meta e Microsoft estão entre os que correm para capitalizar a promessa da IA, ao mesmo tempo que tentam evitar perigos como o potencial da tecnologia como arma para a desinformação e o crime cibernético.
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