A SIC decidiu suspender o podcast "A Noite da Má Língua", que conta com a participação de Manuel Serrão. Rita Blanco, Rui Zink e Júlia Pinheiro também fazem parte da nova versão do programa.
Na curta mensagem em áudio publicada no Spotify, o canal explica que "esta suspensão acontece até ao esclarecimento dos factos noticiado".
"Na sequência da investigação Operação Maestro, que envolve Manuel Serrão, a SIC decidiu suspender o podcast 'A Noite da Má Língua', em que o empresário era um dos participantes", explica a SIC.
O MP considera o empresário Manuel Serrão “o principal mentor” de um alegado esquema na obtenção de subsídios comunitários, e que levou a Polícia Judiciária a realizar na terça-feira 78 buscas no âmbito da Operação Maestro, na qual são também suspeitos o jornalista Júlio Magalhães, António Sousa Cardoso, que liderou a Associação de Jovens Empresários, e António Branco e Silva.
A investigação sustenta que, pelo menos desde 2015, Manuel Serrão, António Branco e Silva e António Sousa Cardoso, “conhecedores das regras de procedimentos que presidem à candidatura, atribuição, execução e pagamento de verbas atribuídas no âmbito de operações cofinanciadas por fundos europeus, decidiram captar, em proveito próprio e das empresas por si geridas, os subsídios atribuídos à Associação Selectiva Moda e às sociedades No Less e House of Project – Business Consulting”.
“No âmbito dessas operações cofinanciadas, através, designadamente, da apresentação e utilização como documentos de despesa aos projetos submetidos, com vista ao respetivo reembolso, faturas suspeitas de se tratar de negócios simulados, sem correspondência a serviços prestados nos projetos, ou, ainda faturas com valores sobrefaturados”, frisa o MP.
Segundo a investigação, as entidades beneficiárias controladas pelos suspeitos, “através da montagem de justificações contratuais, designadamente referentes a prestações de serviços e fornecimento de bens ou serviços”, obtiveram a aprovação e pagamento de incentivos no valor global de, pelo menos, 38.938.631,46 euros, através de 14 projetos, cofinanciados pelo FEDER.
O MP sustenta que os três suspeitos “obtiveram o comprometimento de pessoas da sua confiança, do seio do seu círculo de amizades”, como o jornalista Júlio Magalhães, “mas também do mundo empresarial, e em particular da área do setor têxtil, casos de Paulo Vaz, João Oliveira da Costa e Mário Genésio”.
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