"Nesta hora triste, muitos são os que testemunham e elevam a sua excelência, o carácter, a bondade, o sorriso, a humildade, a generosidade, a solidariedade e a integridade", lê-se no voto de pesar apresentado pelo partido Pessoas-Animais-Natureza e aprovado hoje em sessão plenária.
O ator português Filipe Duarte morreu na madrugada do dia 17 de abril, aos 46 anos, em consequência de um enfarte, na sua casa, no concelho de Cascais.
Nascido em Angola em 1973, de onde saiu para Portugal ainda na infância, Filipe Duarte estudou teatro e foi em palco que se estreou, nos anos 1990, com a Companhia Teatral do Castelo e com o Teatro da Garagem.
No teatro, trabalhou com companhias como o Teatro Meridional e o Teatro do Vestido, mas foi sobretudo no cinema e em televisão que construiu a carreira.
Em televisão, Filipe Duarte fez ainda séries, telenovelas e participou em programas para a infância, deu a voz para publicidade, desenhos animados e videojogos.
"A Febre do Ouro Negro" (2001), A Ferreirinha" (2004), "Equador" (2008) "e "Belmonte" (2013) são alguns dos projetos televisivos em que entrou.
No cinema, entrou em mais de trinta filmes, entre curtas-metragens, telefilmes e longas-metragens, entre comédia, drama e romance e trabalhou com, entre outros, Luís Filipe Rocha, António-Pedro Vasconcelos, Manuel Mozos, Margarida Cardoso, Tiago Guedes e Vítor Gonçalves.
Destaca-se o filme "A Outra Margem" (2007), de Luís Filipe Rocha, no qual interpreta o travesti amargurado com a vida e que lhe valeu o prémio de melhor ator no Festival de Cinema de Montreal, no Canadá.
É ainda de recordar a participação de Filipe Duarte em "A costa dos murmúrios" (2004), de Margarida Cardoso, e ao lado de Beatriz Batarda, rodado em Moçambique.
Foi nessa altura, de regresso a África já em adulto, que Filipe Duarte decidiu ter dupla nacionalidade, portuguesa e angolana.
As presenças mais recentes de Filipe Duarte no cinema deram-se com "Variações" (2019), no qual interpretou o fundador da discoteca Trumps, e "Mosquito" (2020), em que voltou a interpretar um militar em África, durante a primeira Guerra Mundial.
O mais recente projeto no cinema seria "Nothing ever happened", de Gonçalo Galvão Teles, ainda inédito.
Comentários